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Vítima do ataque terrorista no Quênia foi cremada em Nairóbi | Noor Khamis/Reuters
Vítima do ataque terrorista no Quênia foi cremada em Nairóbi| Foto: Noor Khamis/Reuters

68 pessoas morreram no ataque ao shopping center Westgate, um dos símbolos da prosperidade econômica de Nairóbi, e 175 ficaram feridas

Al-Shabab

O grupo terrorista Al-Shabab foi listado pela Organização das Nações Unidas como uma das facções que recrutam crianças como soldados para a sua guerra contra o governo somali e seus aliados. O grupo também tem entre seus membros vários estrangeiros, incluindo cidadãos britânicos e norte-americanos.

Al-Shabab tem origem em facções tribais

O grupo Al-Shabab, surgido em 2006 a partir de facções tribais, sempre foi próximo à Al-Qaeda. Em fevereiro de 2012, porém, eles divulgaram um vídeo jurando lealdade ao egípcio Ayman al-Zawahiri, sucessor de Osama Bin Laden e líder da Al-Qaeda desde sua morte, em 2011.

Segundo o Centro Nacional de Contraterrorismo, órgão oficial dos EUA, há relatos de que os líderes do Al-Shabab são treinados no Afeganistão.

Eles dominam principalmente cidades rurais na região sul da Somália, que faz fronteira com o Quênia, desde 2006. Lá, impõem uma interpretação especialmente radical do islamismo, que inclui penas como o apedrejamento de mulheres e a amputação de mãos de criminosos.

Por algum tempo, o grupo teve base em Mogadício, a capital somali, mas foi expulso em 2011. Há um ano, o Al-Shabab também perdeu seu domínio sobre o porto de Kismayo, onde obtinha parte importante de seu financiamento por meio de impostos.

A última vez que um ataque teve tamanha visibilidade foi em 11 de julho de 2010, quando dois homens-bomba mataram 77 pessoas que assistiam à final da Copa do Mundo em Kampala, Uganda.

  • Soldados das Forças de Defesa do Quênia chegam ao shopping
  • Curiosos olham a distância para o Westgate, local do massacre

Forças militares do Quênia invadiram ontem o shopping center de Nairóbi que o grupo terrorista somali Al-Shabab (a juventude, em árabe), ligado à Al-Qaeda, havia atacado e no qual mantinha reféns desde a tarde de sábado.

INFOGRÁFICO: Veja a planta do shopping

O governo disse à noite que mais de mil pessoas haviam sido liberadas desde o início do ataque e que a maior parte do centro comercial estava controlado por suas forças. Até à meia-noite de domingo, contudo, permaneciam no prédio cerca de dez a quinze terroristas, que ainda manteriam dez pessoas sob seu poder.

A lista de mortos subiu para 68, com 175 feridos – mas é provável que os números aumentem.

O shopping Westgate tinha sido tomado no sábado por homens armados, em operação que contou com o lançamento de granadas.

O Al-Shabab, baseado na Somália, assumiu a autoria do ataque, justificando-o a partir da intervenção militar do Quênia no país.

De acordo com o canal de tevê americano CNN, o grupo de militantes que invadiu o shopping contaria com três cidadãos americanos de origem somali.

Entre os atiradores haveria também um inglês, um canadense, um finlandês, um polonês, um queniano e duas pessoas vindas da Somália. O governo do Quênia, contudo, negou a procedência dessa informação.

Relatos diziam ontem à tarde que os esforços quenianos de resgate tinham apoio de forças israelenses. O shopping é de investidores israelenses, e os dois países têm acordos militares.

Não estava clara qual era a participação de Israel, mas imaginava-se que fosse na formulação de uma estratégia, e não com soldados.

Procuradas pela reportagem, as Forças de Defesa de Israel disseram desconhecer qualquer participação na ação no Quênia. O escritório do premiê não retornou as ligações.

O Quênia luta na Somália há dois anos em combate aos militantes do Al-Shabab, como parte de uma força africana no país que lidera há anos a lista de Estados mais fracassados do globo, por seu governo ineficiente, pela fome e pela pirataria. A violenta facção terrorista já havia ameaçado represália ao Quênia.

O shopping Westgate é considerado uma construção de luxo em Nairóbi. Autoridades americanas já haviam alertado o governo sobre a possibilidade de ataques a tais pontos do país.

Em pronunciamento à nação, o presidente Uhuru Kenyatta afirmou que não irá retirar suas forças da Somália. O país, disse, "não irá desistir da guerra ao terror". O sobrinho de Kenyatta estava no shopping e foi morto.

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