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Dois militares chilenos foram acusados na terça-feira de torturar o pai da ex-presidente Michelle Bachelet quando ele estava prisão, em 1974. O general Alberto Bachelet morreu ainda em custódia do Exército.

Bachelet foi preso quando o governo do general Augusto Pinochet condenou-o por traição. Sua filha também chegou a ser presa, mas veio a tornar-se a primeira mulher eleita presidente do Chile, em 2006.

O juiz Mario Carroza disse no mês passado que um estudo forense determinou que Bachelet morreu de problemas no coração causados por tortura. Ele foi preso por opor-se ao golpe militar que derrubou o presidente socialista Salvador Allende, em 1973.

Na terça-feira, Carroza acusou os coronéis aposentados Ramon Caceres Jorquera e Edgar Benjamin Cevallos Jones pela tortura que causou a morte do general.

No mesmo ano, o regime de Pinochet prendeu a esposa de Bachelet, Angela Jeria, e sua filha Michelle. Elas foram torturadas por duas semanas em uma prisão secreta antes de deixarem o Chile. "Era um momento diferente na história do Chile e aquelas pessoas sentiam que estavam em guerra", disse Jeria para jornalistas no saguão de um tribunal em Santiago, capital do país, após a decisão do juiz ter sido anunciada. "Agora o país pode esperar pela justiça ser feita."

O juiz Carroza também investiga os eventos que cercam a morte de Allende e centenas de seus aliados que foram assassinados ou desapareceram durante a ditadura de Pinochet. Estimativas oficiais afirmam que o regime matou mais de 3 mil pessoas.

"Eles me quebraram por dentro", escreveu o general Bachelet em carta enviada da prisão. "Em certo ponto eles me despedaçaram moralmente. Eu nunca pensei em odiar alguém, sempre achei que o ser humano é a coisa mais maravilhosa da Criação e deve ser respeitado como tal; mas encontrei-me frente a camaradas da Força Aérea que conheço há 20 anos, meus próprios alunos, que me trataram como um delinquente, como um cachorro". As informações são da Associated Press.

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