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Encontro entre mineiros e equipe de resgate: socorristas denunciam condições precárias na mina em que trabalhadores ficaram presos | Codelco/Reuters
Encontro entre mineiros e equipe de resgate: socorristas denunciam condições precárias na mina em que trabalhadores ficaram presos| Foto: Codelco/Reuters

Risco continua

Mineiro morre em Valparaíso

Apesar das promessas do presidente Sebastián Piñera de que nenhum mineiro correrá mais riscos desnecessários, um trabalhador em mina morreu esmagado na noite de quinta-feira por uma pedra de uma tonelada na região de Vaparaíso. Ele trabalhava a mil metros de profundidade dentro de jazida de cobre. Roberto Benítez Fernández, de 26 anos, colocava proteção na rocha, para evitar que ela deslizasse, quando foi atingido.

E a falta de segurança na mineração não se resume ao Chile. Ainda ontem, quatro mineiros ficaram presos a cerca de 150 metros de profundidade em uma mina de ouro localizada no sul do Equador. Um deslizamento bloqueou o túnel onde eles trabalhavam, em mina perto da cidade de Portovelo.

Segundo o subsecretário de Minas equatoriano, Jorge Espinosa, um mineiro saiu ileso e avisou sobre o que aconteceu, embora não se saiba como estão os trabalhadores presos.

Ele acrescentou que as operações de resgate se concentram na possível escavação de uma brecha na lateral de uma das galerias para, assim, avançar até onde estão os trabalhadores.

Da Redação, com Agência Estado

Cápsula Fênix 2 fará turnê mundial

A "ponte" dos mineiros soterrados com o mundo, a cápsula de metal usada para retirá-los das profundezas da mina San José, será levada para um giro mundial, conforme divulgado ontem pelo Chile.

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Copiapó - O primeiro socorrista a descer até a mina de San José para resgatar os 33 mineiros que ficaram 70 dias presos relatou ao jornal chileno La Tercera que o local não contava com elementos mínimos de segurança. "Estive 25 horas lá embaixo, a uma temperatura de 40º C. Imagine o que é viver 70 dias nessas condições. Havia uma umidade próxima aos 100%. As pessoas andavam seminuas. Foi impressionante para nós", afirmou Manuel González, que trabalha na Codelco – estatal do cobre chilena.

"Trabalhar a essa temperatura durante 12 horas... Acho que nenhum ser humano poderia voltar a fazê-lo", afirmou González, que foi também a última pessoa a deixar a mina, já na madrugada de quinta-feira. " Imagino os primeiros 17 dias em que não sabiam nada do mundo. Deve ter sido terrível", afirmou González ao perió­­dico chileno.

O também socorrista Jorge Bustamante relatou "um calor e uma umidade muito grandes, uma brisa quente que penetrava o corpo" ao entrar na mina.

Bustamante afirmou ainda que o líder do grupo, Luis Urzúa, o último mineiro a sair, o levou para conhecer o restante da mina enquanto a cápsula Fênix 2 realizava viagens. O socorrista também relatou a falta de segurança do local.

Alta hospitalar

Dos 33 trabalhadores resgatados, 31 receberam alta do hospital até ontem à noite. Um dos dois que permaneciam internados era Ma­­rio Sepúlveda, que sofre de vertigens. O outro tinha problemas dentários.

Os três primeiros a sair– Edi­­son Peña, Juan Illanes e o boliviano Carlos Mamani – fo­­ram liberados na quinta-feira. A saída foi discreta, para evitar o assédio da imprensa e de curiosos.

Foram 69 dias de reclusão a 622 metros de profundidade – 17 dias sem que o mundo lá fora soubesse se estavam vivos ou mortos. Após quase 23 horas de esforços, o Chile entrou para a história na quarta-feira com uma operação de resgate sem precedentes, e os 33 mineiros viraram um misto de heróis e celebridades aos olhos do mundo.

Ao sair, alguns mineiros relataram a fome e o desespero dos 17 primeiros dias, antes de serem en­­contrados.

Quando Edison Peña chegou em casa, na noite de quinta, um mar de jornalistas e curiosos o re­­ceberam, querendo ouvir sua história. "Pas­­samos bem mal, achava que não ia voltar", disse.

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