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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fez críticas, hoje, à primeira versão do acordo sobre o clima que será firmado em Copenhague, o COP-15. Ele diz que não é aceitável que países emergentes contribuam com o fundo global do clima e defendeu metas comparáveis de redução de emissão de carbono entre os países. O ministro embarca no domingo (13) para a Dinamarca, acompanhando a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Uma questão que me preocupa é o da inclusão de países emergentes no fundo global. Tanto o Protocolo de Kyoto quanto a Convenção do Clima são claros em dizer que essa é uma responsabilidade dos países ricos. Os países ricos estão querendo diminuir os recursos que têm que dar, querem colocar grande parte disso para o mercado e ainda criar divisão entre países emergentes e países pobres. O Brasil não concorda com essa divisão", afirmou o ministro, que ressaltou que o documento é preliminar, "uma base para a negociação entre os chefes de Estado".

Minc defende que países emergentes custeiem parte dos seus gastos com o corte de emissão de carbono e colaborem, emprestando tecnologia, a países pobres, como os africanos e do Caribe. "Para receber recursos por proteção de floresta, tem de ter sistema de monitoramento eficaz para provar que está reduzindo desmatamento. Países pobres não têm essa tecnologia e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é referência mundial. Podemos cooperar".

O ministro também discorda da proposta da criação do "protocolo de Copenhagen", novo tratado, que extinguiria o acordo firmado em Kyoto. "Demorou oito anos para construir a base jurídica de Kyoto. Não vai haver outra base sólida agora. É perigoso, complicado e imprudente derrubar essa base. Estamos trabalhando com a atualização de Kyoto por um lado e a inclusão dos Estados Unidos por outro".

Minc defende ainda que sejam estabelecidas metas comparáveis de redução de emissão de carbono. Ele citou a China como exemplo, que fixou como meta a redução de 40% de teor de carbono por unidade de Produto Interno Bruto. "Isso significa que, se o país crescer, a redução será em cima de cada unidade de crescimento. Do jeito que fala, parece que a China vai reduzir 40%, mas não. Em vez de triplicar suas emissões de carbono até 2020, ela vai 'apenas' dobrar".

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