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Carta do mineiro Mario Gomez (foto), um dos 33 mineiros presos em mina no Chile: esperança de ser resgatado com vida | Ivan Alvarado/Reuters
Carta do mineiro Mario Gomez (foto), um dos 33 mineiros presos em mina no Chile: esperança de ser resgatado com vida| Foto: Ivan Alvarado/Reuters

É mais fácil sobreviver em grupo, diz especialista

Paris - Conservar o ritmo de sono, alimentar a esperança, manter a coesão do grupo e ter cuidado com os dejetos, tudo em um espaço confinado: estes são alguns dos desafios que enfrentam os 33 mineiros presos a 700 metros de profundidade sob a terra, no Chile, para sobreviver de 3 a 4 meses enclausurados.

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Copiado, Chile - Os 33 mineiros encontrados com vida após 18 dias presos em uma mina de cobre e ouro no Chile devem ficar até quatro meses no subterrâneo, enquanto esperam que se cave um túnel grande o su­­ficiente para resgatá-los. No do­­mingo, os chilenos celebraram a notícia de que os mineiros ha­­viam sobrevivido. Ontem, os so­­corristas conseguiram enviar pe­­quenas doses de água e de glicose aos 33 trabalhadores soterrados.

"Todos os trabalhadores estão bem, com exceção de um que so­­fre de problemas estomacais", disse o ministro da Mineração do Chile, Laurece Golborne. O único ponto de contato dos mineiros com os socorristas é um pequeno buraco aberto pela perfuração, pe­­lo qual passam água, glicose e, a partir de hoje, alimentos. Eles es­­tão em uma câmara a 688 me­­tros de profundidade.

As equipes de resgate perfuraram com uma sonda um buraco de 8 cm de diâmetro para chegar ao refúgio onde estavam reunidos os mineiros. Os trabalhadores presos enviaram duas notas que grudaram no extremo da sonda. Quan­­do ela foi retirada, chegou à superfície a primeira mensagem dos mi­­neiros, com grandes letras es­­critas em vermelho. "Estamos bem no refúgio dos 33", afirmava o texto.

"A notícia nos enche de alegria", comemorou o presidente do Chile Sebastián Piñera.

Houve uma festa na superfície da mina para os familiares dos mi­­neiros, com música, comida e ve­­las, além de bandeiras do país. As equipes de resgate, porém, estimaram que pode demorar até de­­zembro para se cavar um túnel de 68 centímetros de diâmetro, a fim de que os mineiros sejam retirados um por um.

"A sobrevivência de mineiros após 18 dias é muito rara mas, da­­do que eles conseguiram até agora, devem sair fisicamente bem", previu Davitt McAteer, ex-secretário-assistente de sanidade e segurança para as minas no Departa­­mento do Trabalho dos Estados Unidos, durante o governo do presidente Bill Clinton. "Os riscos à saúde em uma mina de cobre e ouro são muito pequenos se eles têm ar, alimento e água."

Apesar disso, o especialista no­­tou que pode haver significativa tensão emocional, com o longo período em que eles devem ficar presos.

O pequeno buraco já perfurado será utilizado para o envio de cápsulas pequenas com alimento, água e oxigênio, caso seja necessário. Também haverá um sistema de comunicação, para que os mi­­neiros dialoguem com seus familiares.

O anúncio da sobrevivência dos mineiros foi uma ótima notícia para o Chile, ainda se recuperando do terremoto de 27 de fevereiro e do posterior tsunami que mataram 521 pessoas e afetaram mais de 200 mil. Piñera viajou até a mina, localizada 850 quilômetros ao norte de Santiago, logo após a sonda chegar ao refúgio. Entre os 33 mineiros presos há um boliviano, Carlos Mamami Solíz, de 23 anos, que havia emigrado uns meses antes em busca de trabalho.

As autoridades enfatizaram que junto à recuperação física, se­­rá necessário um esforço intenso para garantir a situação psicológica dos mineiros. "É preciso estabelecer com urgência a situação psi­­cológica deles", disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich.

Um diminuta câmara de televisão que baixou na sonda já mostrou alguns mineiros no fundo da câmara, incluindo alguns rostos em primeiro plano.

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