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Crise na Bolívia

Ministro descarta adotar plano de contingência de gás

Lobão espera que situação se resolva em até três dias. "Não estamos sofrendo nenhuma dificuldade maior", diz ele

Edison Lobão, durante entrevista coletiva, afirmou que o fornecimento de gás boliviano ao Brasil está quase normalizado | Valter Campanato/ABr
Edison Lobão, durante entrevista coletiva, afirmou que o fornecimento de gás boliviano ao Brasil está quase normalizado (Foto: Valter Campanato/ABr)

Em face à normalização de quase a totalidade de fornecimento de gás ao Brasil, após o fechamento de válvulas em território boliviano, o governo brasileiro entende que não há necessidade de adoção de um plano de contingência para o fornecimento de gás no país, informou nesta quinta-feira (11) o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Não é necessário adotar um plano de contingência", disse.

Lobão confirmou que quase 15 millhões de metros cúbicos deixaram de ser enviados na manhã desta quinta-feira ao Brasil por causa de problema nas válvulas e por conta da explosão que já havia impedido o envio de 3 milhões de metros cúbicos desde a quarta-feira (10) - ambos problemas causados por manifestantes contrários ao presidente Evo Morales.

"A válvula simplesmente desligou e não quebrou. Por isso, foi possível retomar o funcionamento dela com extrema rapidez", disse ele, referindo-se ao problema ocorrido nesta quinta-feira (11). Acrescentou, entretanto, que a situação ainda não é de "total segurança", mas disse que o fluxo "mais ou menos se estabilizou".

Segundo ele, se o envio de gás fosse interrompido, e prosseguisse a falta de 15 milhões de metros cúbicos, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro sofreriam. "Mas, com praticamente a retomada da normalidade, não há nenhum problema para São Paulo e outras cidades", avaliou o ministro.

Lobão lembrou que outros 3 milhões já não estavam sendo enviados por conta de uma explosão de um gasoduto. "Com os 3 milhões [que estão faltando] não precisa plano de contingência", reafirmou Lobão. Ao todo, o Brasil recebe diariamente da Bolívia 31 milhões de metros cúbicos.

Plano no forno

Apesar de rejeitar a necessidade de adotar um plano de contingência de imediato, o ministro Lobão enumerou três medidas que podem ser adotadas caso a situação se agrave na Bolívia. São elas: o desligamento de térmicas a gás, quer sejam da Petrobrás ou Eletrobrás; a suspensão da injeção de gás em alguns poços de petróleo e a substituição do gás por óleo diesel em algumas usinas que atendem a indústrias.

"Não estamos sofrendo, neste momento, nenhuma dificuldade maior. Esperamos que essa situação se resolva e não se agrave", disse Lobão. Segundo ele, o retorno à normalidade dos 3 milhões de metros cúbicos, cujo envio foi interrompido por conta da explosão, deve ser normalizado dentro de dois a três dias. O prazo é bem inferior ao dado pelo ministro das Finanças boliviano, Luis Alberto Arce, que estimou a normalidade em até 15 dias.

O ministro Lobão passou toda esta quinta-feira acompanhando a situação na Bolívia. Ele teve reuniões com técnicos do Ministério de Minas e Energia, e participou de uma videoconferência com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Antes de conceder a entrevista a jornalistas, Lobão esteve no Palácio do Planalto.

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