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A Rússia nega ter responsabilidade por qualquer ação atribuída a militares russos na Crimeia. Serguei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, diz que todas essas ações são de "forças de autodefesa" da própria Crimeia.

Grupos pró-russos vêm, desde a segunda-feira (3), invadindo prédios públicos e trocando bandeiras da Ucrânia por bandeiras russas na Crimeia e região. O enviado especial da Folha de S.Paulo à Crimeia, Leandro Colon, fotografou homens vestidos com uniformes militares, de rosto coberto, sem identificação e falando russo.

Numa entrevista coletiva em Madri, porém, Lavrov disse: "quero que se explique o que são as forças pró-russas: se são as forças de autodefesa criadas por habitantes da Crimeia, nós não temos autoridade nenhuma sobre elas".

Ontem, o presidente russo Vladimir Putin afirmou, que, embora não veja motivo no momento para enviar tropas ao país vizinho, não descarta a possibilidade de usar a força caso julgue necessário.

Segundo Putin, a Ucrânia sofreu um golpe inconstitucional. Para ele, embora o parlamento ucraniano seja legítimo, o presidente em exercício não é. Yanukovich, que fugiu do país após ser destituído, está abrigado na Rússia para "salvar sua vida", disse o presidente russo.

A transição levou a população da Crimeia, de origem majoritariamente russa, a protestar contra o novo governo - e a Rússia, a enviar tropas à região, onde mantém uma base militar estratégica.

A expectativa na capital da Crimeia na terça-feira (4) era de que, apesar do discurso de Putin, forças pró-Rússia continuassem circulando pela região até que avance proposta de votação entre a população para decidir o futuro político da península.

Como os russos são ao menos 60% da Crimeia, Putin apostaria num caminho "legítimo" para obter uma área que hoje é uma república autônoma pertencente à Ucrânia.

O parlamento da Crimeia adiantou para 30 de março o referendo sobre se a região pretende ou não continuar fazendo parte da Ucrânia.

Mísseis

As forças russas tomaram o controle parcial de uma base de lançamento de mísseis no oeste da Crimeia, indicou nesta quarta à agência France-Presse um porta-voz do ministério ucraniano da Defesa no local.

O posto de comando e o centro de controle da base continuam sob domínio ucraniano. As instalações, de onde os mísseis já tinham sido retirados, foram invadidas no final da tarde de terça por cerca de 20 soldados russos acompanhados de centenas de apoiadores.

Em Donetsk, no leste da Ucrânia, a polícia desalojou manifestantes pró-russos que haviam invadido a sede local do governo ucraniano na segunda-feira. Alegando uma ameaça de bomba, os policiais retiraram os ocupantes e cercaram o prédio usando escudos e capacetes. Após retomar o controle do prédio, trocaram a bandeira russa hasteada pelos manifestantes por uma bandeira ucraniana.

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