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O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse nesta quinta-feira (9) que esperar uma ação por terra do país para salvar a cidade curda de Kobani não é realista.

A facção Estado Islâmico tenta há semanas dominar a cidade, que fica na Síria, mas bem próxima à fronteira com a Turquia. O conflito levou à fuga de 180 mil curdos para o país vizinho.

"Não é realista esperar que a Turquia realize uma operação terrestre sozinha contra o EI", afirmou Cavusoglu à imprensa, após uma entrevista com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em Ancara.

Por sua vez, Stoltenberg declarou que a proposta turca de impor uma zona tampão no norte da Síria não está em discussão na Otan neste momento.

Os combatentes do Estado Islâmico se apoderaram de mais de um terço de Kobani, apesar de ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra a facção no entorno da área, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

"O EIIL controla mais de um terço de Kobani. Todas as áreas do leste, uma pequena parte do nordeste e uma área no sudeste", disse o dirigente do Observatório, Rami Abdulrahman.

O comandante dos grupos da defesa curda em Kobani, Esmat al-Sheikh, que estão em desvantagem em armamento, disse que o Estado Islâmico controla uma área um pouco menor. No entanto, ele reconheceu que os militantes obtiveram importantes avanços.

Intervenção

Os curdos reclamam que a Turquia deslocou seus tanques para a fronteira, mas está apenas observando o conflito. Além disso, dizem que ataques aéreos não são suficientes para deter o EI.

Os EUA descartam uma operação em solo, mas concordam que os bombardeios sozinhos não resolverão o problema.

"Apenas os ataques aéreos não vão resolver isto, não vão salvar a cidade de Kobani", disse o porta-voz do Pentágono John Kirby. Somente tropas "qualificadas" em terra poderão derrotar o Estado Islâmico.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan pediu por uma zona tampão na região da fronteira para evitar que a força aérea do regime sírio voe sobre a região e a criação de uma área segura para que 1,5 de sírios refugiados na Turquia possam retornar.

A França defende a ideia de uma "zona de amortecimento" entre Síria e Turquia para proteger os civis que fogem do avanço do Estado Islâmico, proposta apoiada pelo Reino Unido.

A Turquia se opõe ao regime de Bashar al-Assad na Síria e tem um conflito interno de 30 anos com os curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Protestos

Protestos contra a não intervenção turca para salvar os curdos causaram a morte de 21 pessoas na Turquia.

Em Istambul, Ancara e no sudeste do país (área de maioria curda) houve manifestações entre forças de segurança e os manifestantes.

Os curdos do Iraque também realizaram um protesto em Irbil, em frente ao prédio das ONU na cidade.

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