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África

Moradores acusam Boko Haram de sequestrar mais mulheres na Nigeria

Os sequestros não foram confirmados pelas autoridades, mas os moradores disseram que ao menos 60 mulheres foram capturadas nas cidades de Waga Mangoro e em Garta

Pessoas protestam em Washington, em frente à embaixada da Nigéria, para que meninas sequestradas pelo Boko Haram, na Nigéria, sejam libertadas | REUTERS/Gary Cameron
Pessoas protestam em Washington, em frente à embaixada da Nigéria, para que meninas sequestradas pelo Boko Haram, na Nigéria, sejam libertadas (Foto: REUTERS/Gary Cameron)

A milícia islamita Boko Haram sequestrou outras dezenas de mulheres e meninas em duas localidades do Estado de Adamawa, no norte da Nigéria, depois de o Exército ter anunciado um cessar-fogo com os terroristas, informaram nesta quinta-feira (23) residentes de ambas as comunidades.

Os sequestros não foram confirmados pelas autoridades, mas os moradores disseram que cerca de 40 mulheres foram capturadas em Waga Mangoro e outras 20 foram sequestradas em Garta por supostos integrantes do grupo, que chegaram armados em motocicletas às duas localidades no sábado (18).

No dia anterior, o Exército nigeriano havia anunciado um acordo de trégua com os radicais islâmicos, que previa também a "iminente" libertação das mais de 200 meninas sequestradas há seis meses em um colégio de Chibok, o que também não ocorreu.

"Chegaram vários insurgentes armados. Eles foram matando todos os homens e meninos que encontravam enquanto iam de casa em casa para sequestrar mulheres e meninas", relatou por telefone à Efe Kuva Azira, um dos moradores que conseguiu escapar com vida de Garta.

Os governos federal e regional e o Exército não se pronunciaram sobre esse novo sequestro. O porta-voz do governo de Adamawa, Phineas Elisha, disse que ainda não foi possível confirmar o número de sequestros porque ambas as comunidades estão sob o controle de Boko Haram.

"Neste momento, não podemos confirmar o número exato, mas estamos muito preocupados com a situação", disse.

Na noite de quarta-feira (22), a explosão de uma bomba deixou cinco mortos e 12 feridos na estação de ônibus da cidade de Azare, no Estado de Bauchi, um dos mais afetados pela violência do Boko Haram.

Esses ataques, somados à violência registrada em Borno no fim de semana anterior, colocam cada vez mais em dúvida a veracidade do cessar-fogo anunciado pelo Exército.

A Câmara dos Representantes aprovou na quarta o pedido do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, de destinar US$ 1 bilhão à aquisição de equipes militares para lutar contra a milícia, informou o jornal "Premium Times".

Essa não é a primeira vez que as Forças Armadas nigerianas anunciam um cessar-fogo com o grupo terrorista que resultou ser incerto.

Boko Haram, que significa "A educação não islâmica é pecado" em línguas locais, mantém uma sanguinária campanha no país, que deixou mais de três mil mortos neste ano, segundo dados do governo nigeriano.

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