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La Paz (AE/AP) – O recém-empossado presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou ontem a existência de uma conspiração contra ele por parte de "multinacionais" e conclamou os setores sociais que apoiaram sua eleição a se mobilizar para defender as mudanças iniciadas por seu governo. Morales não identificou as empresas que estariam conspirando contra ele. A brasileira Petrobrás é a maior multinacional em atuação na Bolívia.

"Já podemos notar as conspirações de algumas transnacionais. Já tivemos reuniões com o alto comando militar, que, por sua vez, nos informou sobre como isso está sendo preparado", disse o presidente ontem à tarde durante uma reunião com dirigentes de La Paz, entre eles os ministros recrutados dentre os grupos agrários que ajudaram Morales a construir sua fama.

Também participou do encontro o vice-presidente Alvaro García Linera, um intelectual de classe média, que proferiu um discurso no mesmo tom do mandatário.

Ele conclamou à unidade dos setores sociais porque "os oligarcas querem causar danos ao governo do irmão Evo Morales". "Temos de nos mobilizar contra aqueles que pretendem nos derrubar porque eles vão pressionar as petroleiras, os gringos", afirmou.

O senador da oposição Tito Hoz de Vila classificou a denúncia de complô de "um absurdo total".

O ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, antigo militante marxista, por sua vez, disse ontem que as denúncias de Morales respondem a um "conceito do tipo geral", mas que a relação do governo com algumas multinacionais vão por um bom caminho. Soliz também não citou nomes, evitando dizer que empresas estão em cada um dos grupos: o que dialoga com o governo ou o que é considerado conspirador.

"Estou surpreso com grau de compreensão que há em várias empresas que eu pensava que iam ter uma atitude diante da Bolívia e na verdade não têm", afirmou Soliz, que é o encarregado de renegociar os contratos com as companhias para que o Estado obtenha uma maior participação no controle da indústria petrolífera, segundo uma lei promulgada antes da posse de Morales, em 22 de janeiro.

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