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La Paz – A morte violenta de 16 pessoas em confrontos pelo controle da mina Huanuni (299 quilômetros ao sul de La Paz) força a busca urgente de um plano para reativar a mineração estatal, que passa pela nacionalização das concessões improdutivas, anunciou o presidente boliviano, Evo Morales.

"Não se pode esperar mais, é preciso nacionalizar as concessões mineradoras sem investimento", declarou o chefe de Estado no sábado. Este parece ser o pior momento de seu governo, há oito meses no poder.

O presidente pediu a seus colaboradores medidas para potencializar a mineração estatal e, ao mesmo tempo, reanimar as cooperativas privadas de mineiros.

Morales está pressionado porque em Huanuni, onde ontem foram sepultados os 16 mineiros mortos em confrontos a tiros e dinamite, entre quinta e sexta-feira passadas, continua sendo um barril de pólvora apesar das duas partes – mineiros cooperativados e sindicalizados – terem concluído uma frágil trégua.

O presidente vê como tábua de salvação o resgate da estatal Corporação Mineira da Bolívia (Comibol), em estado residual desde 1985, quando 30 mil mineiros foram jogados nas ruas e as portas do setor, que sustenta a economia boliviana, abertas para particulares.

Os mineiros de Huanuni disputam Patiño, a única mina de estanho desenvolvida desde a década de 1930 e que nos últimos dez meses foi explorada por uma e outra parte de forma compartilhada, mas sempre em meio a críticas e suspeitas.

Os sindicalizados defendem os métodos sustentados que empregam para buscar estanho por uma intrincada rede de galerias úmidas e quentes mais de 3 quilômetros abaixo da superfície e acusam os cooperativados de "roubar" o equipamento deixado nas profundezas e explorá-lo "irracionalmente".

O ministro da Defesa (o equivalente a chefe da Casa Civil), Juan Ramón Quintana, juntou as propostas de vários setores e especialistas, inclusive as apresentadas pelas partes em confronto, antes dos incidentes de quinta e sexta-feira, em busca de um projeto que não deixe ninguém de lado.

"Não estamos em condições de descartar o trabalho feito. Certamente será recuperado o melhor das propostas apresentadas", disse o funcionário.

Huanuni está situada em uma jazida de estanho, mas só a mina Patiño está operando. As cooperativas de mineiros deram uma concessão a outra mina do metal, a Cuchillani, que para ser explorada precisa de um investimento de US$ 50 milhões.

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