Jack Kevorkian, o audacioso e destemido médico que estimulou nos Estados Unidos o debate sobre o direito à morte, faleceu nesta sexta-feira, aos 83 anos, em um hospital da região de Detroit. Ele morreu por volta das 2h30 no hospital William Beaumont Hospital, em Michigan, informou o amigo próximo e conhecido advogado Mayer Morganroth. Kevorkian estava hospitalizado desde o mês passado com pneumonia e problemas renais. O patologista aposentado, que disse ter injetado drogas letais que ajudaram mais de 130 pessoas a morrer durante a década de 1990, comparou-se a Martin Luther King e a Gandhi e chamou os promotores de nazistas e seus críticos, de religiosos fanáticos.
Especialistas creditam a Kevorkian, que afirmava que as pessoas tinham o direito de ter um profissional médico para ajudá-las a morrer, a divulgação do suicídio assistido. Apesar disso, poucos Estados norte-americanos o tornaram legal. Leis nesse sentido foram aprovadas no Oregon em 1997 e no estado de Washington em 2009, mesmo ano em que o tribunal superior de Montana legalizou a prática no Estado. "Alguém tem de fazer algo pela humanidade sofredora", disse Kevorkian. "Eu me coloco no lugar dos pacientes. Isso é algo que eu gostaria de ter."
No final, porém, ele estava muito fraco para se aproveitar da opção que ofereceu a outras pessoas, disse Geoffrey Fieger, ex-advogado de Kevorkian. "Se ele tivesse força suficiente para fazer algo, teria feito", disse Fieger em entrevista à imprensa em Southfield. "Se tivesse conseguido voltar para casa, Jack Kevorkian provavelmente não teria retornado para o hospital." A causa oficial da morte de Kevorkian não havia sido determinada, mas Morganroth disse que provavelmente foi uma trombose pulmonar. As informações são da Associated Press.
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