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São Francisco – Milton Friedman, um dos mais influentes economistas do último século e ganhador do Prêmio Nobel de 1976, morreu na manhã de ontem, por insuficiência cardíaca, em um hospital de São Francisco, nos EUA. Nascido em 1912, como caçula de uma família judia vinda da Ucrânia, ele se consagrou como economista favorável ao livre mercado. Friedman combateu a regulação governamental e defendeu um política monetária que tivesse como objetivo o crescimento estável da oferta de dinheiro. Suas idéias desempenharam um papel central nas filosofias governamentais de líderes mundiais como a ex-primeira-ministra britânica Margaret Tatcher e o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan. Friedman acreditava que a política de estabilização econômica não operava como um termostato, devido à "grande e variável demora" entre as ações da política e seus efeitos finais.

Contribuição

O presidente do Federal Reserve de St. Louis, William Poole, outro célebre monetarista, disse que muito do pensamento de um banco central moderno se baseia no trabalho de Friedman. Para Poole, a contribuição mais importante que Friedman deu foi levar o pensamento econômico teórico a ser aplicado em uma série de questões de política pública, influenciando questões como o serviço militar obrigatório norte-americano e política tributária. Também é bastante conhecida a contribuição do economista sobre a importância da base monetária para a inflação. "Ele era uma figura extraordinariamente importante na categoria", resumiu Poole.

Friedman defendia uma política monetária estável e previsível como a maior garantia contra as excessivas flutuações do nível geral dos preços e do nível da atividade econômica.

Polêmica

Em 1976, anos de magistério e de produção teórica foram reconhecidos com o Prêmio Nobel de Economia. Friedman não estava, no entanto, livre de controvérsias. Na cerimônia de sua premiação, em Estocolmo, atraiu um grande número de manifestantes que o criticavam pela assessoria que ele forneceu ao governo de Augusto Pinochet, cabeça de uma ditadura no Chile por 17 anos, na qual cerca de 3 mil militantes de esquerda foram assassinados.

Mais tarde, como colunista e colaborador da revista Newsweek e com sua habitual presença na tevê, Friedman se tornou um dos mais visíveis economistas dos Estados Unidos. Em uma retrospectiva sobre sua obra, Friedman ligou suas raízes e as da chamada "escola de Chicago" (veja texto ao lado) a Adam Smith. Ele transferiu sua base de operações para a Califórnia em 1977, quando se tornou pesquisador sênior da Stanford University’s Hoover Institution.

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