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Confrontos matam 50

Cabul - Combates entre forças afegãs e americanas deixaram 50 talibãs mortos no sul do Afeganistão desde domingo. O conflito teria começado quando uma patrulha militar formada por afegãos e americanos foi atacada por insurgentes. Os militares pediram reforços aéreos e houve bombardeio, com dezenas de mortes de rebeldes. Não houve vítimas militares nem civis. Este ano, mais de 3 mil pessoas morreram no país devido à violência.

Cabul - O último rei do Afeganistão, Mohammed Zahir Shah, que reinou durante quatro décadas, morreu ontem em Cabul aos 92 anos, após longa enfermidade. O presidente Hamid Karzai declarou três dias de luto nacional. "Sua excelência serviu ao povo, era seu amigo, colega e um homem amável", disse com lágrimas nos olhos, acrescentando que o soberano era "símbolo da união nacional e da democracia, e um modelo de ensino para todo o país".

Em 1964, Shah, pertencente à etnia majoritária pashtun, sancionou lei que proibia membros da família real de ocuparem certos postos no governo e estabelecia um Parlamento, a criação de partidos políticos, eleições e imprensa livres – o que foi considerado símbolo da mentalidade aberta e democrática.

Em 1973, foi forçado a abdicar após um golpe de estado aplicado pelo primo Daoud Khan, e exilou-se na Itália. Retornou só em 2002, para encontrar um país assolado pela guerra e pelos talibãs. Aprovada em 2004, a nova Constituição do país aboliu de vez a monarquia, mas conferiu ao antigo rei o título de "pai da nação".

Apesar da popularidade entre os atuais governantes, parte do povo afegão o considerava como um monarca que fracassou na hora de melhorar a situação do país durante o longo reinado. Muitos o culpam por não ter resolvido na época o conflito na fronteira com o território paquistanês. A "Linha Durand", estabelecida em 1893 para separar o Afeganistão e o Império Britânico, continua sendo um ponto de conflito entre Cabul e Islamabad, pois os afegãos não a reconhecem e insistem que a fronteira com o Paquistão deve ser estipulada de novo.

"Se o tivesse feito na época, não teríamos hoje tantos problemas", disse um eletricista ouvido pela agência EFE.

A Missão das Nações Unidas para a Assistência no Afeganistão afirma em comunicado que o monarca foi um "rei de paz" e destaca seu papel na reconstrução da democracia no país. O presidente americano George W. Bush homenageou o rei afegão, a quem chamou de "figura monumental".

O corpo de Mohammad Zahir Shah foi levado para uma mesquita em Cabul, onde hoje deve ser realizado o funeral.

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