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Policiais lançam bombas contra manifestantes em Ferguson, que vive onda de protestos após morte de adolescente | Mario Anzuoni/Reuters
Policiais lançam bombas contra manifestantes em Ferguson, que vive onda de protestos após morte de adolescente| Foto: Mario Anzuoni/Reuters

Vítima estava com os braços levantados ao ser atingida, diz colega

Na coletiva de imprensa inicial sobre o incidente, a polícia não especificou se Brown era a pessoa que brigou com o oficial dentro do carro e se recusou a esclarecer o caso. Dorian Johnson, que disse estar com Brown durante o incidente, contou outra história.

Ele afirma que o oficial mandou que saíssem da rua e tentou abrir a porta do carro da polícia, mas ela "ricocheteou", o que aparentemente perturbou o policial.

Johnson afirmou que o oficial agarrou o pescoço do amigo e tentou puxá-lo para dentro do carro antes de mostrar sua arma e disparar. Ele alegou que Brown começou a correr e o policial o perseguiu, disparando várias vezes. Johnson e outra testemunha afirmaram que Brown estava na rua com as mãos levantadas quando o policial disparou várias vezes contra ele.

Agência Estado

Obama critica saques e "uso excessivo da força policial" em Ferguson

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou ontem tanto os saques como o "uso excessivo da força policial" na cidade de Ferguson, em Missouri, após a quarta noite de protestos pela morte de um jovem negro desarmado, por disparos da polícia. "Estamos profundamente preocupados com a violência", declarou Obama em um breve discurso à imprensa interrompendo as férias em Massachusetts. "Nosso propósito agora é que se mantenha a segurança dos cidadãos sem que isso infrinja o direito de se expressar", acrescentou. O governante expressou sua inquietação por "essa violência no coração de nosso país".

Efe

A morte de um adolescente afro-americano por policiais no último fim de semana desencadeou uma onda de protestos na cidade de Ferguson, no estado do Missouri. As ruas foram tomadas por manifestações pacíficas que se misturaram com atos de violência, enquanto policiais da tropa de choque usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão por várias noites seguidas.

A frustração da população tem aumentado em razão da falta de informações prestadas ao público, o que inclui a decisão de não divulgar o nome do policial envolvido na morte do jovem Michael Brown, de 18 anos. A resposta violenta dos oficiais de segurança também foi uma das fontes de indignação, que tem crescido nos últimos dias.

Na última quarta-feira, o chefe de polícia de Ferguson, Thomas Jackson, pediu que os manifestantes se dispersassem ao cair da noite, mas declarou que não há um toque de recolher em vigor. Multidões não atenderam ao pedido e permaneceram nas ruas após o anoitecer, levando a mais uma noite de confrontos entre a polícia e manifestantes. Os policiais também prenderam dois jornalistas que cobriam os protestos, para depois liberá-los.

A polícia disse que Brown foi baleado após um oficial enfrentar o jovem e outro homem na rua.

Os agentes de segurança dizem que um dos dois empurrou o policial para dentro de seu carro de patrulha e, em seguida, agrediu o oficial fisicamente ao tentar pegar sua arma. Pelo menos um tiro foi disparado dentro do carro. A disputa entre os dois passou então para a rua, onde Brown foi baleado várias vezes.

O caso também chamou a atenção de políticos da região e da Casa Branca. O governador do Estado do Missouri, o democrata Jay Nixon, disse em comunicado que o "a­­gra­­vamento da situação em Ferguson é profundamente perturbador e não representa quem somos como cidadãos do Missouri ou como norte-americanos".

"Peço aos agentes de segurança que mantenham a paz e respeitem os direitos dos moradores e da imprensa neste momento difícil", acrescentou Nixon, que prometeu anunciar mudanças na gestão dos protestos em Ferguson.

Investigação

Obama diz que instruiu o Departamento de Justiça e o FBI para que contribuam à investigação do incidente ocorrido no sábado passado. Os protestos abriram passagem no domingo a uma noite de saques, incêndios e enfrentamentos com a polícia que se repetiram em menor medida todas as noites desde então, com a detenção de 50 pessoas.

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