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Santo Domingo – As autoridades haitianas e dominicanas dedicaram ontem todos os seus esforços a resgatar pessoas isoladas pela água em várias comunidades e continuaram com os trabalhos para recuperar corpos em diferentes pontos dos territórios. Cinco dias depois da tempestade tropical Noel ter iniciado sua passagem pela ilha Hispaniola, onde ficam o Haiti e a República Dominicana, o número de mortos chegou a 130 e teme-se que aumente nos próximos dias, pois regiões amplas seguem ainda isoladas por enchentes.

Na República Dominicana, foram registrados 82 mortos, 43 desaparecidos e 65.412 desabrigados, apesar de alguns já terem começado a voltar para suas casas. Segundo a Comissão Nacional de Emergências, a situação "vai retornando à normalidade". Os vôos de resgate foram decisivos no desenvolvimento das operações de socorro e, segundo o diretor da Defesa Civil, Luis Luna Paulino, os helicópteros salvaram "pessoas que corriam risco de morte".

Ao mesmo tempo, as autoridades sanitárias revelaram que começaram a surgir focos de doenças entre os milhares de desabrigados. O ministro da Saúde dominicano, Bautista Rojas, informou em comunicado que as infecções são resultado da aglomeração e da insalubridade que marcam a estada de dezenas de famílias reunidas em abrigos temporários em diversos pontos do país. Apesar de uma relativa melhora do tempo, meteorologistas prevêem para os próximos dias chuvas fracas e moderadas nas regiões sudoeste, noroeste e na zona fronteiriça com o Haiti.

Na parte ocidental da ilha Hispaniola, ocupada pelo Haiti, a situação continua crítica pelas mortes e os danos deixados pelo Noel, que se tornou furacão na quinta-feira à noite, atingindo a categoria 1 na escala de intensidade Saffir-Simpson – que vai até 5. Em alguns locais, o desespero se apoderou dos desabrigados, devido à demora na entrega de alimentos e no atendimento às vítimas.

No Haiti, segundo o último balanço oficial divulgado pela Defesa Civil, os mortos chegam a 48, os desaparecidos são 15, e os feridos, 79. Cerca de três mil famílias se encontram desabrigadas no Haiti, onde 14.198 pessoas foram hospedadas em albergues, 1.242 casas ficaram destruídas e outras 5.046 sofreram danos. Os últimos relatórios oficiais conhecidos mencionam numerosos danos na agricultura, na pecuária e nas infra-estruturas "arrasadas pelas águas". A região que conta com maior número de mortos e desaparecidos é a oeste (que inclui a capital, Porto Príncipe), onde foi registrada a perda de 27 vidas e o desaparecimento de 11 pessoas. Em Porto Príncipe houve 16 mortes.

Ajuda internacional

A União Européia (UE) anunciou ontem que destinará 1,5 milhão de euros para atenuar os efeitos das chuvas. "Essa ajuda humanitária inicial proporcionará assistência a cerca de 60 mil pessoas", assegurou o bloco comunitário em comunicado. A Espanha também anunciou ajuda de US$ 230 mil para a compra de alimentos e equipamentos, o envio de um avião com assistência humanitária e a mobilização de especialistas em saúde pública, saneamento e vigilância epidemiológica. O governo de Taiwan, por sua vez, enviou à República Dominicana uma doação de US$ 200 mil, quantia que se une à de US$ 25 mil já doada pelo país na última quarta-feira.

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