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Modificação genética impediria que as fêmeas do Aedes Aegypti conseguissem voar | Daniel Castellano/ Agência Gazeta do Povo
Modificação genética impediria que as fêmeas do Aedes Aegypti conseguissem voar| Foto: Daniel Castellano/ Agência Gazeta do Povo

Mosquitos geneticamente alterados e incapazes de voar podem contribuir com o combate à dengue, numa alternativa inofensiva aos inseticidas químicos, disseram cientistas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha nesta segunda-feira.

Eles alteraram geneticamente os mosquitos "Aedes aegypti" para produzir fêmeas que não voam, e esperam que em seis a nove meses essa versão defeituosa acabe suplantando na natureza os mosquitos nativos, que espalham a doença.

Não há vacina nem tratamento contra a dengue, que é endêmica em regiões tropicais e particularmente predominante na Ásia e no Pacífico Ocidental. A dengue causa febre e outros sintomas semelhantes aos de uma gripe forte, e pode matar.

"Esta poderia ser a primeira em uma nova onda de produtos capazes de suplantar os inseticidas", disse por telefone o pesquisador Anthony James, da Universidade da Califórnia, em Irvine.

Estima-se que haja no mundo cerca de 50 milhões de casos de dengue por ano, e que 2,5 bilhões de pessoas --dois quintos da população mundial-- estejam sob risco, principalmente na África e no Sudeste Asiático, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A equipe de James, que inclui um grupo da empresa britânica de biotecnologia Oxitec, alterou os genes do mosquito para prejudicar o desenvolvimento dos músculos das asas.

A modificação genética afeta apenas o voo das fêmeas, que transmitem o vírus, sem prejudicar os machos, segundo o relato publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

A ideia é distribuir dezenas de milhares de ovos que gerariam esses machos geneticamente modificados, os quais então criariam uma nova geração de filhas incapazes de voar.

Como os ovos são muito pequenos e fáceis de distribuir, haveria bem mais mosquitos geneticamente modificados do que nativos, o que na prática poderia neutralizar a população de mosquitos portadores da dengue.

O trabalho focou nos mosquitos portadores da dengue, mas os pesquisadores dizem que pode ser adaptado para outras espécies que transmitem a malária e a chamada febre do oeste do Nilo.

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