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Secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa revelou que pretende concorrer à Presidência
do Egito | Reuters
Secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa revelou que pretende concorrer à Presidência do Egito| Foto: Reuters

Retorno à normalidade

Bolsa egípcia reabrirá amanhã

A Bolsa de Valores do Egito voltará a funcionar nesta terça-feira, depois de ficar fechada por mais de um mês em razão dos protestos que derrubaram o presidente do país, afirmaram fontes do governo egípcio.

Os investidores sauditas pediram, enquanto isso, para que o governo egípcio interviesse e que interrompesse os dias de queda da bolsa em meio aos protestos na Líbia e em países do Golfo que pesaram sobre a confiança.

A reabertura do mercado acionário egípcio foi adiada por inúmeras vezes desde o seu fechamento no dia 27 de janeiro devido aos temores de que os investidores em pânico se desfizessem de suas ações, à medida que milhares de estrangeiros fugiam do país.

A reabertura da bolsa acontece num momento desafiador. Enquanto o Egito parece ter superado a imediata crise política, os protestos continuam no país, com os ativistas exigindo reformas mais rápidas dos novos governantes militares.

Cairo - O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, afirmou neste do­­mingo que vai concorrer à eleição presidencial deste ano no Egito. A declaração de Moussa foi feita um dia depois de um painel de reforma constitucional indicado pelos comandantes militares do Egito ter recomendado reformas abrangentes que relaxam as regras de eligibilidade para aqueles que se qualificam para disputar a Pre­­sidência.

As mudanças, se adotadas em um referendo nacional, abrirão a eleição presidencial do Egito para a competição e adotarão um limite de dois mandatos para futuros presidentes – uma mudança dramática em relação ao sistema que permitiu que o presidente Hos­­ni Mubarak comandasse o país por três décadas.

Moussa disse a repórteres que as alterações ainda estão em discussão, mas ressaltou que ne­­nhum cidadão egípcio pode concorrer à Presidência do país agora. "Se Deus quiser, vou ser um deles", acrescentou.

Perguntado se estava planejando concorrer como independente ou aderir a um partido político, Moussa disse: "este é um detalhe de que vamos tratar mais tarde".

O secretário-geral da Liga Ára­­be tem uma grande popularidade no Egito, amplamente por causa de suas rigorosas críticas a Israel, um país considerado pela maioria dos egípcios como inimigo apesar do tratado de paz de 1979 entre os dois vizinhos.

Durante a insurreição pró-de­­mocracia de 18 dias que obrigou Mubarak a renunciar à Presidência do Egito no dia 11 de fevereiro, Mous­­sa visitou a Tahrir Square, a praça central do Cairo e epicentro dos protestos. Sua visita foi considerada como um teste de sua po­­pularidade. O comboio de Moussa foi recebido com gritos de "Nós queremos você como presidente!"

Antes de tornar-se o secretário-geral da Liga Árabe em 2011 Moussa foi ministro das Relações Exteriores do Egito por dez anos.

Ajuda

Lynn Pascoe, vice-secretário para Assuntos Políticos da Organi­­za­­ção das Nações Unidas (ONU), de­­clarou neste domingo, no Cairo, que a ONU pretende auxiliar o Egito a conseguir uma transição que se apresenta como "difícil" depois da partida do presidente Hosni Mubarak. "A transição de­­ve ser completa tanto no plano econômico como político, cada uma dessas duas vias tem um im­­pacto sobre a outra", declarou Pas­­coe à imprensa. O vice-secretário afirmou que se reuniu com mem­­bros do governo, a cargo dos te­­mas correntes, e com atores da so­­ciedade civil, mas não com membros do Conselho Supremo das Forças Armadas, a cargo da direção do país desde 11 de fevereiro.

Mudanças

O Conselho Militar do Egito revelou, no sábado, uma série de propostas de mudanças constitucionais, que incluem a adoção de li­­mi­­tes nos mandatos presidenciais de dois anos a quatro anos.

As mudanças propostas buscam relaxar as restrições sobre a elegibilidade de candidatos presidenciais, proibir julgamentos de civis em tribunais militares e acabar com uma lei da era Mubarak, que permitiu que seu Partido Na­­cio­­nal Democrático (PND) supervi­­sionasse a eleição.

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