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Liberdade de imprensa

Muçulmanos intensificam protestos por charges de Maomé

Muçulmanos atacam embaixada dinamarquesa em Jacarta por causa de charge. Jornal espanhol publica cartoon polêmico na primeira página

A publicação de charges retratando o profeta Maomé, o fundador do islamismo, por um jornal da Dinamarca detonou uma onda de protestos de muçulmanos de várias partes do mundo. Do outro lado, jornais europeus - e até uma revista da Jordânia, nação árabe - vêm republicando os cartoons em solidariedade aos diários e em defesa da liberdade de imprensa.

Nesta sexta-feira, muçulmanos invadiram o lobby do prédio da embaixada da Dinarmarca em Jacarta contra o que consideram um insulto a Maomé. Enquanto isso, o jornal espanhol "El Pais" estampou em sua primeira página uma das charges.

Gritando "Allahu Akbar" (Deus é maior), entre 200 e 300 manifestantes da Frente de Defesa Islâmica jogaram ovos e tomates estragados contra o símbolo da embaixada dinamarquesa e rasgaram a bandeira nacional do país. O escritório da Dinamarca fica no 25º andar e o grupo não conseguiu passar pela segurança na portaria do edifício. O protesto foi dispersado depois de uma hora, sem prisões.

Manifestantes barulhentos também se reuniram em frente à embaixada dinamarquesa em Londres.

No Iraque, seguidores do líder religioso radical xiita Moqtada al-Sadr realizaram manifestação. Eles pintaram bandeiras de países europeus no asfalto de ruas nos arredores de Bagdá e pisaram nelas.

Em outra região de grandes tensões por causa dos cartoons, o governo da Noruega decidiu nesta sexta-feira fechar seu escritório em Jerusalém, um dia depois de fechar representações na Cisjordânia. Na quinta-feira, palestinos armados cercaram os escritórios da União Européia na Faixa de Gaza por causa das charges.

As Brigadas Mártires de Al-Aqsa ameaçaram seqüestrar europeus e milicianos chegaram a deter um alemão por alguns minutos.

Houve manifestações de grupos religiosos em Síria, Tunísia e Paquistão e boicotes contra produtos da Dinamarca, Noruega e França.

O jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publicou as 12 charges em setembro, mas a crise emergiu neste mês depois que os esforços diplomáticos para resolver o problema fracassaram. Um dos desenhos mostrava o profeta Maomé com um turbante na forma de uma bomba. Os muçulmanos consideram qualquer imagem de Maomé uma blasfêmia.

O diário pediu desculpas aos muçulmanos, mas - em defesa da liberdade de imprensa - outros jornais europeus publicaram as charges. No "France Soir", de Paris, o dono, que nasceu no Egito, mandou demitir o editor responsável.

Nesta sexta-feira, o governo da Dinamarca realizará uma reunião de emergência para discutir a polêmica e as ameaças de boicote no mundo árabe.

"Na reunião, o primeiro-ministro e o ministro das Relações Exteriores vão falar sobre o estado das reações internacionais à publicação dos desenhos(...) incluindo a posição do governo e ações sobre o caso", informou em nota o gabinete do primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen.

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