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Manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro realizam protesto em Caracas | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro realizam protesto em Caracas| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Oscar 2014

As reivindicações da oposição da Venezuela e dos estudantes contrários ao governo chegaram com força ao Twitter. Manifestantes tentaram convencer, através das hashtags #OscarsForVenezuela e #SOSVenezuela, que as estrelas que participariam do Oscar ontem mencionassem a situação do país.

Feriado

Cansados de protestos, venezuelanos levam a política para a praia

Milhares de venezuelanos deram ouvidos ao presidente Nicolás Maduro e aproveitaram o feriado de carnaval para ir para a praia, longe das manifestações que há um mês sacodem a nação sul-americana.

Mas em lugar de deixar a política em casa, a levaram consigo. La Morena, uma pequena praia a 40 quilômetros a noroeste de Caracas, estava lotada. Nem mesmo o reggaeton a todo volume conseguia abafar as discussões sobre a inflação, a violência e outros problemas que dividem os venezuelanos e detonaram os protestos contra o governo socialista de Maduro.

"É um tema do qual não se vai deixar de falar", diz Carlos Rivero, um segurança de 32 anos de cabeça raspada e braços tatuados vindo de Caracas com sua esposa. "Onde você for, sempre, bem ou mal, se está falando de política."

A política impregna a vida dos venezuelanos desde que Hugo Chávez chegou ao poder em 1999 com um projeto socialista que polarizou os 29 milhões de habitantes do país.

Maduro prolongou o feriado de Carnaval. O governo encheu as redes sociais de imagens de banhistas alegres e a televisão estatal convida insistentemente os venezuelanos a ir para a praia.

O líder do partido opositor venezuelano Vontade Popular (VP), Leopoldo López, preso em um presídio militar desde o último dia 18 de fevereiro, insistiu que "a mudança política e social" que reivindica em sua luta contra o presidente Nicolás Maduro, deve ser em paz, "mas na rua".

"A mudança só pode chegar pelas mãos de milhões de pessoas na rua, em paz e sem violência, mas na rua", ressaltou em uma entrevista publicada ontem pelo jornal El Nacional.

O economista, prefeito entre 2000 e 2008 do município de Chacao, epicentro dos protestos que se repetem desde 12 de fevereiro, disse que não se arrepende de ter se entregado voluntariamente após ter sido acusado de atos de violência registrados em uma marcha pacífica que terminou em incidentes que causaram a morte de três pessoas.

López revelou que, na penitenciária reservada para chefes militares acusados de delitos, só pode ser visitado por sua esposa, pais e advogados, e que é impedido ter contato com outros presos.

Na entrevista ao El Nacio­­nal, ele afirma estar consciente de ter contribuído "com a faísca que acendeu a chama" dos protestos. O dirigente político também insistiu que a oposição deve se manter na rua e também estender o protesto a seus locais de estudo e trabalho, entre outros âmbitos.

"A rua é o principal palco de luta, mas não o único. A sala de aula, o lugar de trabalho, as filas para comprar alimentos e a família têm também que ser palcos de protesto não violento", disse.

Como objetivo de curto prazo, López enumerou "exigir justiça" pelas 18 mortes e dezenas de feridos e detidos deixados pelos protestos até agora.

Sobre as jornadas de "paz e diálogo" que o governo de Maduro iniciou na semana passada e nas quais conseguiu reunir como interlocutores outros líderes opositores políticos e empresariais, López ressaltou: "Não se pode falar de paz se não há justiça".

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