Mudanças climáticas globais poderão ser ainda mais severas

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A segunda parte do relatório "Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas, deverá mostrar que os efeitos do aquecimento global serão mais extensos do que se acreditava e as mudanças climáticas acontecerão mais rapidamente do que se esperava. O site da conceituada revista semanal alemã Der Spiegel publicou neste sábado reportagem sobre a segunda parte do estudo, assinada por centenas de cientistas e que deverá ser divulgada em abril em Bruxelas.

O site informa ter tido acesso exclusivo ao relatório e diz que o documento deve indicar que nenhuma região do planeta será poupada dos efeitos do aquecimento global e algumas sofrerão danos severos. Segundo a reportagem, a segunda parte do relatório será apresentada após discussões finais com representantes de governos de todo o mundo e deverá ter um impacto maior ainda no debate atual sobre as mudanças climáticas.Documento enumera provas das mudanças climáticas

A principal conclusão do estudo será que as mudanças no clima já estão provocando profundos efeitos em todos os continentes e em muitos dos ecossistemas da Terra. O documento traz uma extensa lista de provas dessas mudanças, entre elas:

- Os lagos glaciais estão aumento de tamanho e número

- As partes congeladas permanentemente das regiões montanhosas das altas latitudes estão sendo aquecidas e aumentando o risco de deslizamentos

- As temperaturas de rios e lagos estão aumentando e a qualidade da águia se modificando

- As correntes de rios, afetadas pelo derretimento do gelo, estão aumentando na primavera

- A primavera está começando mais cedo, fazendo as plantas florescerem mais cedo e as aves mudarem as migrações

- Muitos animais e plantas estão expandindo seus habitats para regiões montanhosas e para latitudes mais elevadas que estão ficando com o clima mais moderado.

Os autores, segundo a reportagem, filtraram 30 mil dados de mais de 70 estudos internacionais, documentando as mudanças na circulação das águas, nas zonas glaciares, assim como na fauna e na flora, durante um período mínimo de 20 anos.