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Depois de realizar um acordo para receber prisioneiros da base norte-americana de Guantánamo, em Cuba, o presidente uruguaio, José Mujica, convocou o povo uruguaio a acolher algumas das milhares de crianças sírias atualmente vivendo em campos de refugiados, numa manifestação de solidariedade.

"Queria fazer uma pergunta simples ao povo uruguaio. Todos vemos televisão, e uma das coisas que causam mais impacto é a quantidade de crianças abandonadas nos campos de refugiados ao redor da Síria. Será que não podemos acolher algumas dessas crianças, estendendo uma mão ao mundo num gesto de solidariedade?", perguntou Mujica durante entrevista a uma rádio uruguaia. "Será que não valerá a pena que nossa sociedade levante um pouco a cabeça e seja capazes de pelo menos tentar socorrer de alguma forma as crianças abandonadas que estão crescendo como o custo de uma guerra que está longe de terminar? Sei que muitos me dirão que eu deveria me preocupar com as crianças pobres uruguaias, que existem, mas que, em sua imensa maioria recebem carinho. As da Síria, nem isso têm. Sua carência não é material."

O presidente concluiu seu pedindo a opinião da população sobre o tema: "Talvez eu esteja errado, ou talvez a alma de meu povo esteja sufocada por seus próprios interesses e sua necessidade de consumo. Talvez eles digam que não, mas gostaria de fazer uma consulta ao povo uruguaio".

De acordo com o chanceler uruguaio Luis Almagro, o país já iniciou os procedimentos com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para receber entre 50 e 70 sírios. Desde março de 2011, a Síria é palco de violentos protestos contra o governo do presidente de Bashar al-Assad que já deixaram cerca de 150 mil mortos. Cerca de 6,5 milhões de pessoas ficaram desabrigadas graças ao conflito, e mais de 2,5 milhões já deixaram o país, refugiando-se em nações vizinhas como Líbano, Jordânia e Turquia.

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