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Uma moradora do condado de Collier, na Flórida, que viajou para o Haiti para visitar sua família, foi hospitalizada por apresentar sintomas do cólera. Segundo o porta-voz do Departamento de Epidemiologia do estado norte-americano, ela foi infectada no país, que sofre epidemia da doença, e o diagnóstico foi confirmado em exames de laboratório.

Apesar do diagnóstico, a mulher, que não foi identificada, apresenta boas condições e esta recebendo tratamento médico nos Estados Unidos.

Mais de 200 mil pessoas de origem haitiana vivem na Flórida, o que pode fazer com que mais pessoas que viajaram ao país apresentem sintomas da doença, segundo médicos. Não há preocupação de que a epidemia se espalhe nos Estados Unidos, entretanto.

O cólera já provocou 1.110 mortes no Haiti, segundo o último balanço divulgado pelo ministério da Saúde, 76 a mais que no balanço anterior, divulgado na terça-feira. O número de internações aumentou em 1.583, alcançando um total de 18.382 desde o começo da epidemia, em meados de outubro.

Na capital Porto Príncipe, milhões de pessoas vivem em campos de refugiados desde o terremoto de 12 de janeiro, em condições higiênicas precárias. Lá, o número de mortos chegou a 46, contra 38 no balanço anterior.

Além disso, a doença atravessou oficialmente as fronteiras do Haiti e chegou à vizinha República Dominicana, onde um caso foi confirmado na terça-feira. O paciente é um haitiano de 32 anos.

Distúrbios

Protestos violentos contra a presença das tropas da (ONU) na cidade de Cap-Haitien prejudicam o combate à epidemiai, disseram trabalhadores humanitários na quarta-feira.

Os distúrbios de segunda e terça-feira em Cap-Haitien (norte), impediram que pacientes com cólera chegassem aos hospitais e interromperam a distribuição de ajuda e medicamentos. Na quarta-feira, após a queima de barricadas nas ruas e os ataques aos soldados estrangeiros nos dois dias anteriores, Cap-Haitien estava mais calma, mas as ruas ainda estavam cheias de detritos.

A imprensa local diz que há cadáveres sendo deixados nas ruas da cidade, que tem quase 1 milhão de habitantes. Os manifestantes dizem que a doença foi trazida para o Haiti por soldados nepaleses, algo que a ONU nega.

Cerca de 500 toneladas de alimentos foram saqueadas e queimadas em um armazém da ONU.

"Temos de levar ajuda a essa gente imediatamente, e estes distúrbios estão atrasando isso", afirmou à Reuters Julie Schindall, porta-voz da entidade humanitária Oxfam.

Ela afirmou que um tempo vital está sendo perdido no combate à doença, que provoca uma diarreia capaz de matar o paciente em poucas horas se não houver tratamento. O cólera é transmitido por água e comida contaminadas.

Os distúrbios em Cap-Haitien e em outras cidades mataram duas pessoas e deixaram dezenas de feridos, inclusive soldados nepaleses apedrejados em Hinche, na região central do país.

O governo e a ONU dizem que, apesar da epidemia e dos distúrbios, não há motivos para adiar a eleição de 28 de novembro. O presidente René Préval pediu calma à população, pelo bem das pessoas contaminadas.

"Nem queimar pneus, nem atirar pedras e garrafas" nem dar tidos pode matar o germe do cólera', disse ele num discurso na noite de terça-feira.

Funcionários da ONU atribuíram os distúrbios a agitadores políticos interessados em atrapalhar a eleição.

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