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Um cartaz que mostra a imagem de Mahsa Amini é erguido durante protestos que ocorreram no México em 2022
Um cartaz que mostra a imagem de Mahsa Amini é erguido durante protestos que ocorreram no México em 2022| Foto: EFE/Mário Guzmán

Mahsa Amini, a jovem iraniana de 22 anos que faleceu sob custódia policial no Irã no ano passado, desencadeando protestos em todo o mundo contra a teocracia islâmica do país, recebeu nesta quinta-feira (19) o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Consciência, principal premiação relacionada aos direitos humanos da União Europeia (UE).

O prêmio, cujo nome é uma homenagem ao dissidente soviético Andrei Sakharov, foi criado em 1988 para homenagear indivíduos ou grupos que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Sakharov, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz, faleceu em 1989.

Amini morreu em 16 de setembro de 2022, três dias após ser presa por supostamente violar uma lei que obriga mulheres a usarem um véu no Irã. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, declarou que o dia da morte de Amine "ficará na infâmia" e o "assassinato brutal" dela marcou um ponto de virada na sociedade mundial.

"Isso desencadeou um movimento liderado por mulheres que está fazendo história", disse Metsola ao anunciar a concessão do prêmio para Amini e para o movimento Mulher, Vida, Liberdade no Irã.

"O mundo ouviu os cânticos de 'mulheres, vida, liberdade'. Três palavras que se tornaram um grito de guerra para todos aqueles que defendem a igualdade, a dignidade e a liberdade no Irã”, afirmou Metsola.

Um ano após a onda de manifestações contra o regime iraniano, grupos de direitos humanos afirmaram que mais de 500 manifestantes foram mortos pelas forças de segurança do país e mais de 19,7 mil foram presos. Os protestos no Irã continuam a ser duramente reprimidos.

A concessão do prêmio Sakharov a Amini ocorre enquanto outra jovem, Armita Geravand, de 16 anos, ainda está em coma há 18 dias após desmaiar depois de um suposto encontro com um fiscal do véu no metrô de Teerã, capital do Irã, conforme alegam grupos de direitos humanos fora do país. As autoridades iranianas afirmam que ela desmaiou devido a uma queda na pressão arterial.

No mês passado, o regime iraniano aprovou uma lei de castidade e véu que ampliou punições severas, incluindo uma sentença de prisão de dez anos e multas pesadas, para mulheres que desafiam a exigência legal de usar o véu em público.

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