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Resgatadores carregam a mulher identificada como Reshma para fora dos escombros 17 dias depois de tragédia bengali | Sohel Ahmed/Reuters
Resgatadores carregam a mulher identificada como Reshma para fora dos escombros 17 dias depois de tragédia bengali| Foto: Sohel Ahmed/Reuters

1.038 pessoas morreram no desabamento do edifício Rana Plaza, ocorrido no dia 24 de abril em Daca, capital de Bangladesh. O número aumenta diariamente.

3.000 é o número estimado de pessoas que estavam trabalhando no Rana Plaza no momento da tragédia. Corpos encontrados são difíceis de ser reconhecidos.

Uma costureira que estava em meio aos escombros do prédio que desabou no dia 24 de abril foi resgatada ontem, 17 dias após o acidente. Até ontem, 1.038 pessoas morreram em decorrência do desastre. Reshma sobreviveu comendo alimentos desidratados que estavam no local e bebendo pequenos goles da água que tinha consigo.

Ela foi encontrada no segundo dos oito andares do Rana Plaza, onde as equipes de resgate têm se concentrado em encontrar corpos, e não sobreviventes, nas duas últimas semanas.

"Eu ouvia as vozes dos membros das equipes de resgate nos últimos dias. Eu fiquei batendo nos escombros com paus para atrair sua atenção", disse ela, da cama do hospital, à emissora privada de televisão Somoy, enquanto médicos e enfermeiras verificavam seu estado de saúde.

"Ninguém me ouvia. Isso era muito ruim. Pensei que jamais fosse ver a luz do dia novamente", declarou. "Havia alguns alimentos desidratados por perto. Eu comi esses alimentos durante 15 dias. Nos últimos dois dias, não comi nada, apenas tomei água, que eu ingeria de forma limitada, para poupar. Havia algumas garrafas de água por perto."

Assim que Reshma foi notada, as equipes pararam imediatamente os guindastes e escavadeiras e passaram a usar serras e equipamentos menores para cortar as barras de ferro e os escombros que estavam por cima dela. Durante o resgate, ela recebeu água, oxigênio e soro.

Quando Reshma foi finalmente retirada, 40 minutos depois, uma multidão a saudou com gritos. Ela foi levada às pressas para um hospital militar numa ambulância, mas os trabalhadores disseram que seu estado de saúde é surpreendentemente bom.

Reshma disse às pessoas que a resgataram que não há mais sobreviventes naquela área. De qualquer forma, as equipes de resgate passaram a escavar o local, na expectativa de encontrar mais pessoas vivas.

SoterradosIdentificação dos corpos encontrados é difícil por causa de decomposição

Das agências

O número de mortos por causa do desabamento chegou ontem a 1.038. Segundo o general brigadeiro Alam Shikder, oficial militar responsável pelas operações, os corpos recuperados estão muito decompostos e a identificação é difícil. "Estamos trabalhando com cautela", disse ele. "Se conseguimos uma identificação ou telefone celular com eles, ainda podemos identificá-los. Nossos esforços são de pelo menos entregar os corpos aos familiares."

O general brigadeiro Azmal Kabir, oficial da engenharia militar, disse que mais da metade das estimadas 7 mil toneladas de escombros já foi removida do local, mas afirmou não saber quando o trabalho será concluído.

Autoridades afirmam que o dono do Rana Plaza acrescentou ilegalmente três andares ao prédio e permitiu que fábricas de roupas instalassem maquinário pesado e geradores no local, apesar de a estrutura da construção não ter sido feita para suportar esse tipo de equipamento. O proprietário do prédio e outras oito pessoas, incluindo os donos das fábricas, foram presos.

Hora extra

A tragédia levantou críticas sobre as condições de trabalho em Bangladesh. Reshma, por exemplo, ganhava entre US$ 50 e US$ 60 por mês e costumava fazer hora extra para enviar dinheiro para a família no interior.

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