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Mulheres afegãs protestam exigindo que o Talibã respeite os seus direitos, em Cabul, 3 de setembro
Mulheres afegãs protestam exigindo que o Talibã respeite os seus direitos, em Cabul, 3 de setembro| Foto: EFE/EPA/STRINGER

Mulheres afegãs protestaram nesta sexta-feira pelo segundo dia consecutivo para exigir dos talibãs seus direitos e participação em um futuro governo afegão.

O protesto, envolvendo cerca de 20 mulheres, ocorreu em Cabul apenas um dia após uma manifestação semelhante na cidade ocidental de Herat e, como no evento sem precedentes de ontem, hoje também pediram "educação, trabalho, liberdade" no novo Afeganistão.

"Os direitos das mulheres, igualdade com os homens", afirmaram.

Muitas mulheres ainda se lembram do regime anterior do Talibã entre 1996 e 2001, no qual foram confinadas em ambientes fechados e proibidas de ir trabalhar ou à escola, algo que muitos temem que possa se repetir agora.

Os talibãs, que culminaram sua rápida ofensiva no Afeganistão em 15 de agosto assumindo o controle de Cabul, não incluíram até agora as mulheres nas discussões sobre o novo governo afegão, que deve ser anunciado em breve e que será regido pela Sharia.

"Um gabinete heroico com a presença das mulheres" ou "Participação política; as mulheres, lei fundamental", são alguns dos dizeres escritos nas faixas seguradas pelos manifestantes, que asseguraram que estão todos juntos contra a "opressão", e que eles não desistirão de reivindicar seus direitos contra o Talibã.

A manifestação teve amplo eco nas redes sociais, com organizações humanitárias como a Anistia Internacional destacando como "os direitos das mulheres estão sob ameaça no Afeganistão (e como elas) se recusam a permanecer em silêncio".

"Um governo sem a presença de mulheres não vai durar e não será estável. Não aceitamos um governo sem a participação das mulheres e vamos nos opor a ele", disse Basira Taheri, ativista pelos direitos das mulheres e organizadora do evento de ontem, em Herat.

O Talibã prometeu que seu futuro governo será "inclusivo", representando todos os grupos étnicos e tribos do país, mas no caso das mulheres, líderes fundamentalistas pediram para esperar para ver quais seriam as novas diretrizes.

Desafiadoramente, a ativista já antecipou que este não seria o último protesto e que mulheres de outras províncias afegãs já a haviam contatado para repetir mais manifestações nos próximos dias e assim mostrar sua determinação em um futuro das mulheres com direitos.

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