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Atualizado às 15h50

BUENOS AIRES - O presidente argentino Néstor Kirchner decidiu substituir o ministro de Economia Roberto Lavagna pela presidente do estatal Banco de la Nación, Felisa Miceli, informou o chefe de gabinete Alberto Fernandez. É a primeira vez que uma mulher assume o comando da Economia na Argentina.

Além de Lavagna, Kirchner nomeou a embaixadora da Argentina na Vezezuela, Nilda Garré, como nova ministra da Defesa. O presidente também nomeou outros dois novos ministros. No ministério de Relações Exteriores, sai Rafael Bielsa e entra o seu vice na chancelaria, Jorge Taiana; e a atual ministra de Ação Social, Alicia Kirchner (irmã do presidente), será substituída por Juan Carlos Nadalich.

A bolsa de Buenos Aires cai mais de 4% e o dólar tem alta em torno de 1% em relação ao peso após o anúncio da mudança na economia.

Felisa Miceli é muito próxima do presidente Kirchner, e, segundo analistas, tem postura menos conservadora que a de Roberto Lavagna. Antes de assumir o Banco de La Nación, ela foi diretora do Banco da Província de Buenos Aires e consultora de governos provinciais na área de investimento público.

A saída de Lavagna já vinha sendo alvo de notícias desde a semana passada. Como o ministro Palocci no Brasil, ele dissera que sua permanência no cargo não era "um tema central" para a continuidade da política econômica.

Apesar de o crescimento da economia argentina ter superado as previsões, a inflação anual já está entrando na casa de dois dígitos e situação de Lavagna se complicou após ele ter dito que há superfaturamento em licitações do governo. Isso teria provocado irritação em Kirchner.

O ministro também não teria concordado diretamente com o presidente da República quanto aos métodos para combater a inflação. Kirchner acusou na semana passada as redes de supermercados de formarem "cartéis" para aplicar altas de preços que afetam "o bolso dos argentinos".

Comentando os ataques do presidente, Lavagna disse na semana passada que a inflação é "um dos principais desafios" do Governo, mas considerou que esse é um fenômeno normal, já que a Argentina "recuperou o crescimento" depois da severa crise de 2002. O país, lembrou Lavagna, acumula crescimento "de 33,3% nos últimos 43 meses".

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