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Pelo menos 100 mil pessoas (ou mais de 500 mil, segundo organizadores) realizaram na sexta-feira uma das maiores manifestações da história de Taiwan, exigindo a renúncia do presidente Chen Shui-bian, depois de passarem uma semana acampados diante do gabinete dele.

Apesar da chuva, os manifestantes fizeram uma passeata noturna em frente ao palácio e residência presidenciais.

- Pela democracia de Taiwan, este é um grande momento para nos manifestarmos - disse Lin Chung-hsien, de 38 anos, que participou da manifestação. - A próxima geração de políticos precisa estar ciente da sua responsabilidade perante o povo - acrescentou o arquiteto, que viajou do condado de Ilan, no leste da ilha, para participar do ato na capital.

A manifestação contra Chen deve terminar com uma vigília à luz de velas no centro de Taipé. No sábado, os organizadores pretendem reagrupar a multidão na estação central de trens, para manter a pressão sobre o presidente.

Eleito em 2000 e reeleito em 2004 por estreita margem, Chen vem sendo questionado pelo gasto não-documentado de o equivalente a US$ 1,12 milhão do seu orçamento confidencial no ano passado.

Além disso, a primeira-dama Wu Shu-chen é acusada de aceitar presentes caríssimos, e seu genro, Chao Chien-ming, é suspeito de usar informações privilegiadas em negócios.

Chen disse que só deixará o cargo se for condenado por algum crime. Ele nega as acusações de corrupção e diz que não embolsou o dinheiro destinado a gastos sigilosos do presidente.

- A sociedade se mobilizou. Muita gente veio de longe. E, apesar dos dias de chuva, o número de pessoas só aumenta - disse Chang Fu-chung, porta-voz do movimento "1 Milhão de Pessoas Depõem Bian".

O Partido Democrático Progressista (PDP), de Chen, pretende levar 10 mil pessoas às ruas em apoio ao presidente no sábado. O próprio Chen deve participar do ato.

O porta-voz presidencial, David Lee, pediu aos manifestantes da oposição que desocupem a área em que estavam até sábado, como exige a lei.

- O presidente respeita o direito do povo de se manifestar, mas vocês precisam respeitar a lei e a ordem - disse.

Shih Ming-teh, ex-presidente do PDP e agora líder da campanha contra Chen, disse que o movimento pode convocar uma greve em toda a ilha.

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