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O Museu Nacional da Dinamarca anunciou nesta terça-feira ter retirado a palavra “preto” de títulos e descrições acrescentadas por especialistas a obras, e foi acusado de querer reescrever a história.

Essa palavra e “hottentot” (nome dado pelos holandeses à etnia Khoikhoia) serão apagadas de 14 obras, porque refletem a linguagem da era colonial, explicou a instituição.

Os títulos dados pelos autores não serão alterados. As obras concernidas foram descritas ou nomeadas por especialistas do museu ou historiadores.

“Na época, era a palavra usada”, mas “não é mais”, disse à AFP o diretor de Coleções e Pesquisa do maior museu de Copenhague, Peter Norgaard Larsen.

“Estamos continuamente mudando os títulos de obras. Eles estão sempre sendo revistos (...) para que nos dirigimos ao nosso público em uma linguagem que corresponde aos tempos em que vivemos”, acrescentou.

Desta forma, as pessoas retratadas devem ser designadas pela sua nacionalidade ou por uma referência às suas origens africanas.

A decisão foi criticada tanto por um porta-voz do Partido do Povo Dinamarquês (DF, anti-imigração), Alex Ahrendtsen, como por um deputado de origem síria, Naser Khader.

“É bobagem. É a ignorância, e é contrário à história. Isso faz dos nossos ancestrais melhores do que realmente eram”, declarou o primeiro à agência de notícias Ritzau.

“Esta é uma negação e uma limpeza da história”, disse o segundo, eleito pelo Partido Popular Conservador.

Nos últimos anos, o museu se lançou em uma vasta empreitada de caça a termos racistas e ultrapassados nos títulos ou descrições de obras de sua imensa coleção, tomando cuidado também de apagar aquelas dadas pelos artistas.

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