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O atual presidente do Paquistão, o general Pervez Musharraf, se candidatou oficialmente nesta quinta-feira (27) a um novo mandato nas eleições de 6 de outubro, mas a Suprema Corte ainda se pronunciará sobre a validez de sua candidatura.

Pelo menos 16 membros do governo acompanharam nesta quinta-feira o primeiro-ministro, Shaukat Aziz, que apresentou a candidatura de Musharraf à Comissão Eleitoral.

Centenas de policiais cercaram o centro de Islamabad, quase desértico, para evitar as manifestações anunciadas contra a candidatura de Musharraf. Todas as entradas da cidade estavam fechadas por um grande esquema de segurança.

Detenção preventiva

Dezenas de membros da oposição foram detidos nos últimos dias "de forma preventiva" para evitar tumultos, segundo a versão da polícia.

Mas a Suprema Corte, que nos últimos meses tomou várias decisões contrárias aos interesses presidenciais, ordenou nesta quinta-feira a libertação dos opositores.

Este tribunal estuda os recursos apresentados pela oposição contra a candidatura de Musharraf, ao considerar que o general deve deixar o posto de chefe do Exército para que possa de candidatar à reeleição.

Musharraf havia prometido apresentar sua renúncia como chefe do Exército antes de 15 de novembro, data final de seu mandato, mas apenas se for reeleito.

Dez candidatos

Dez candidatos já se apresentaram para as eleições presidenciais, segundo informações oficiais, embora, além da de Musharraf, apenas outras duas contem com grande apoio: a do juiz aposentado da Suprema Corte Wajihuddin Ahmad (apoiado pelos advogados) e a de Makhdoom Amin Fahim, vice-presidente do partido da ex-primeira-ministra exilada, Benazir Bhutto.

Nenhum dos dois candidatos tem chances reais de vitória caso a candidatura de Musharraf seja validada, já que o partido governista dispõe da maioria no Parlamento e nas assembléias provinciais, que constituem o corpo eleitoral de um processo baseado no voto indireto.

Golpe de Estado

O general Musharraf, que tomou o poder em 1999 por meio de um golpe de Estado, enfrenta há seis meses uma onda de protestos sem precedentes.

No início de 2008 também serão realizadas eleições legislativas, nas quais Musharraf terá que reforçar sua base para poder se manter no poder.

Desde o mês de julho o general mantém negociações com Bhutto, que anunciou seu retorno ao país no dia 18 de outubro, para dividir o poder.

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