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Paris – Cerca de 140 milhões de mulheres sofreram mutilação de clitóris no mundo todo, especialmente na África Subsaariana, segundo um relatório do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França (Ined).

O documento aponta que a mutilação do clitóris também ocorre em países da Europa e América do Norte, onde o total chega a 6,5 milhões. O relatório rompe com a idéia de que a mutilação genital feminina é uma prática vinculada à religião muçulmana.

"O principal fator da prática da mutilação genital feminina é o étnico, e não o religioso", ressaltam as autoras, Armelle Andro e Marie Lesclingand. A prática, observam, tem a ver com os ritos de iniciação e de entrada na idade adulta de alguns povos.

Andro e Lesclingand explicam que a ablação de clitóris era praticada na África muito antes da chegada das religiões monoteístas. A incidência geográfica corrobora que "não há relação entre a difusão do Islã num país e a proporção de mulheres afetadas pela mutilação", concluem.

Nos outros continentes, os principais focos nos quais a mutilação feminina é uma prática tradicional são certas partes do Oriente Médio e do sudeste asiático. Os índices mais altos são em países como Iêmen, Indonésia e Malásia.

A imigração levou a ablação a países europeus, como a França. Segundo as estimativas do Ined, de 42 mil a 61 mil mulheres francesas sofreram a extirpação do clitóris.

As autoras do relatório constataram que a prática está retrocedendo na maior parte dos países. A tendência, avaliam, tem muito a ver com "o grau de mobilização dos Estados" e as recomendações internacionais explícitas contra a ablação nos anos 90.

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