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Francisco com crianças bolivianas ao desembarcar em La Paz. | David Mercado / Reuters
Francisco com crianças bolivianas ao desembarcar em La Paz.| Foto: David Mercado / Reuters

O papa Francisco iniciou ontem, na Bolívia, a segunda etapa de sua viagem à América do Sul com um discurso em que reiterou o compromisso da Igreja Católica com os excluídos, pediu atenção especial às famílias e rejeitou o dinheiro como “centro da vida”.

Em pronunciamento de apenas 11 minutos, logo após desembarcar no Aeroporto de El Alto, perto da capital La Paz, o papa citou “passos importantes” para a inclusão social no país. O pontífice também saudou os povos que tiveram de deixar a própria pátria em busca de oportunidades em outros lugares.

Francisco fez uma rápida parada no local onde, em 22 de março de 1980, durante a ditadura militar boliviana, foi encontrado o corpo do padre jesuíta Luís Espinal, no caminho para La Paz. “Estou aqui para saudá-los e para recordar um irmão nosso vítima de interesses que não queriam que se lutasse pela liberdade da Bolívia. O padre Espinal pregou o evangelho e esse evangelho incomodou e por isso o eliminaram”, disse.

Espinal dedicou a vida pastoral aos mais pobres, à defesa dos direitos humanos e à denúncia da violência. Há um forte movimento na Bolívia para que ele seja beatificado, como aconteceu com o monsenhor Óscar Romero, também assassinado em 1980, em El Salvador.

O presidente Evo Morales saudou o papa, mas lembrou o antigo conflito com o Chile: a Bolívia reivindica acesso marítimo em processo que o governo boliviano levou ao Tribunal Internacional de Haia em 2013. O acesso ao oceano Pacífico foi perdido pela Bolívia no tratado que pôs fim à Guerra do Pacífico (1879-1883), mas os bolivianos reivindicam a revisão do acordo.

“Alzheimer espiritual”

Em seu último ato no Equador, antes de seguir para a Bolívia, o papa pediu aos religiosos que não tenham “alzheimer espiritual” que os faça esquecer que devem voltar “ao caminho da gratuidade”, em discurso improvisado no santuário de Nossa Senhora de Quinche, perto de Quito.

Francisco pediu aos religiosos que “voltem ao caminho da gratuidade no qual Deus os elegeu” e lembrou que eles “não pagaram para entrar na vida religiosa no seminário”. Amanhã Francisco visitará o Paraguai.

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