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Uma campanha na internet pede que pessoas em 13 cidades da China se manifestem todos os domingos a fim de pressionar o governo por mais transparência e liberdade de expressão. Na semana passada já houve um pedido por protestos semelhantes aos que ocorrem no Oriente Médio e no norte da África.

A nova convocação, divulgada esta semana no site Boxun.com, sediado no exterior, parecia ser do mesmo grupo por trás da misteriosa campanha na internet por protestos no domingo passado ecoando os ocorridos no mundo árabe. A convocação anterior fez com que a polícia fosse reforçada nos locais designados em Pequim e outras cidades. Os atos, porém, tiveram pouca adesão e não houve maiores incidentes.

"O que precisamos agora é elevar a pressão sobre o partido governista chinês", afirma o novo apelo, referindo-se ao Partido Comunista. "Se o partido não luta conscientemente contra a corrupção nem aceita a supervisão do povo, então por favor deixe o palco da história", afirma o texto.

Aparentemente para não despertar ainda mais a atenção das forças de segurança, o pedido é para que os manifestantes apenas apareçam aos locais às 14 horas, sem realizar qualquer ação. "Nós convidamos cada participante a vagar, observar ou apenas fingir que está passando. Contanto que você esteja presente, o governo autoritário estará tremendo de medo", diz o comunicado.

O governo chinês mostra crescente inquietação diante dos protestos no Oriente Médio e no norte africano, censurando duramente ou bloqueando relatos da imprensa e discussões na internet sobre levantes que já derrubaram presidentes na Tunísia e no Egito.

A convocação para as "Manifestações Jasmim" - uma referência à Revolução Jasmim da Tunísia - foi batizada de "carta aberta" ao Parlamento chinês. O Congresso Nacional do Povo inicia sua sessão anual em 5 de março.

Apelo

O apelo na internet parece ser parte de uma prolongada iniciativa, mas de baixa pressão, para pedir mudanças ao Partido Comunista. A carta ecoa várias demandas árabes, como o descontentamento diante da corrupção, da falta de transparência oficial e das restrições à liberdade de expressão. "Se o governo não é sincero sobre resolver os problemas, mas apenas quer censurar a internet e bloquear informação para suprimir protestos, eles se tornarão mais fortes", afirma o texto.

A polícia reforçou a segurança em um local onde pessoas se reuniriam no centro de Pequim no domingo, mas não houve manifestações. Pelo menos duas pessoas foram levadas pela polícia, uma por xingar as autoridades e outra por gritar "Eu quero comida para comer".

Nenhuma menção à nova convocação de protestos circulava em sites sediados na China. Autoridades já prenderam duas pessoas por disseminar apelos pelo protesto anterior na internet. Ativistas pelos direitos humanos afirmam que a polícia já prendeu pelo menos cem ativistas e advogados desde o início dos distúrbios nos países árabes, além de reforçar a segurança para a sessão do Parlamento.

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW), sediada nos Estados Unidos, criticou ontem a repressão, em particular o desaparecimento de três advogados que atuam em Pequim: Teng Biao, Tang Jitian, e Jiang Tianyong. As informações são da Dow Jones.

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