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Países em desenvolvimento levaram uma mensagem clara nesta quarta-feira em um encontro da ONU sobre a crise financeira mundial: precisamos de mais dinheiro.

O planejamento para a conferência de três dias foi repleto de dificuldades. Primeiro havia sido agendado para os dias 1 a 3 de junho, mas o presidente da Assembléia-Geral da ONU, Miguel D'Escoto, adiou o encontro para esta semana quando ficou claro que os negociadores não tinham chegado a nenhum acordo sobre um conjunto de propostas para a reforma do sistema financeiro mundial.

Embora o encontro esteja sendo chamado de cúpula, nenhum líder ocidental está participando. Apareceu apenas uma dezena de presidentes e primeiros-ministros, na maioria latino-americanos e caribenhos. Outras nações enviaram delegados de escalão inferior.

No primeiro dia, representantes de países em desenvolvimento deixaram claro que veem suas nações como vítimas de uma crise financeira que eles não criaram e pediram que as nações mais ricas os ajudem.

"Não temos excedentes e não possuímos reservas em moeda estrangeira, que a expansão fiscal de nossas economias dependentes de importações vai requerer", disse o primeiro-ministro e também ministro das Finanças de Belize, Dean Barrow, aos 142 participantes da conferência.

"Se for para evitar maior devastação em nossos países em desenvolvimento, arranjos específicos para o fluxo de recursos para governos... precisam ser postos em prática imediatamente", afirmou.

A vice-presidente do Zimbábue, Joice Mujuru, requisitou um "pacote de estímulo financeiro" para a devastada economia de seu país, dizendo que a falta de apoio estrangeiro põe em perigo um plano de recuperação esboçado pelo governo de unidade nacional.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, respaldou os pedidos de mais ajuda financeira aos países mais pobres. Ele disse que o mundo enfrenta "a pior crise econômica e financeira global desde a fundação das Nações Unidas há mais de 60 anos".

Ele também repreendeu as nações ricas por não cumprirem as promessas de elevar a ajuda à África.

"Certamente, se o mundo pode mobilizar mais de 18 trilhões de dólares para manter o setor financeiro à tona, pode encontrar mais 18 bilhões de dólares para cumprir seus compromissos com a África", disse Ban.

D'Escoto alertou contra a construção de uma "Arca de Noé somente para salvar o atual sistema financeiro, deixando a vasta maioria da humanidade entregue a seu destino".

O diretor-gerente do Banco Mundial, Ngozi Okonjo-Iweala, disse à conferência: "Estamos em meio a uma crise de proporções imensas".

Um conjunto de propostas que os delegados esperam aprovar até sexta-feira pede aumento da ajuda, alívio nas dívidas dos países pobres, aumento da representação das nações em desenvolvimento no Fundo Monetário Internacional e maior supervisão dos fundos de hedge. Também faz um alerta contra o protecionismo ao comércio nacional.

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