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Casa do atirador de Las Vegas, em Mesquite, no estado de Nevada, teve acesso bloqueado pela polícia | GABE GINSBERG/AFP
Casa do atirador de Las Vegas, em Mesquite, no estado de Nevada, teve acesso bloqueado pela polícia| Foto: GABE GINSBERG/AFP

A investigação sobre o aposentado Stephen Paddock, 64, responsável pelo pior atentado a tiros da história americana, agora se concentra em Marilou Danley, 62, namorada do atirador. Danley, que estava em viagem nas Filipinas há algumas semanas, desembarcou na noite desta terça-feira (3) em Los Angeles. Ela foi recebida por agentes do FBI. 

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Segundo o xerife da polícia de Las Vegas, Joseph Lombardo, investigadores esperam que a namorada de Paddock possa ajudá-los a entender a motivação do atirador, que até o momento é incerta. 

A polícia investiga também uma remessa de US$ 100 mil (R$ 315 mil) feita pelo atirador às Filipinas em 25 de setembro, três dias antes de se hospedar em Las Vegas. 

Paddock e Danley moravam juntos em um casa no vilarejo de Mesquite, que fica a cerca de 120 km de Las Vegas, cidade onde Paddock disparou os tiros que mataram 59 e feriram 527 pessoas em um festival de música no domingo (1º). 

Logo no início das investigações, Danley foi declarada uma "pessoa de interesse" e foi localizada pela polícia. As autoridades informaram que ela tem cooperado com as investigações e que até o momento não há indícios de que teria qualquer envolvimento no ataque. 

Uma autoridade filipina confirmou que Paddock viajou ao menos duas vezes para o país, em 2013 e 2014, em datas próximas ao seu aniversário, e que ele teria permanecido por cinco ou seis dias. 

Dunley é australiana e tem origens filipinas. Jordan Knights, 23, um de seus sobrinhos que mora em Brisbane, na Austrália, e que visitou o casal em Las Vegas alguns meses antes do atentado, disse que não sabia do interesse de Paddock por armas. 

"Parecia que ele cuidava da minha tia e isso era tudo", disse Knights a um canal de TV australiano. "Ele não parecia ser esse tipo de cara", afirmou. 

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Irmãs de Dunley que não quiseram se identificar à emissora disseram acreditar que Paddock havia enviado sua namorada ao exterior para que ela não pudesse interferir nos planos do tiroteio. Elas ficaram surpresas ao saberem que a irmã tinha viajado para as Filipinas há algumas semanas atrás. 

"Eu sei que ela não sabe de nada", afirmou uma das irmãs, acrescentando que Dunley era "uma boa pessoa" e que ela teria impedido Paddock se estivesse presente. 

As impressões dos familiares da namorada de Paddock são similares às da própria família do atirador. Seu irmão, Eric Paddock, o descreveu como "um cara bem de vida que gostava de jogar vídeo pôquer e de viajar em cruzeiros". 

Ele disse que a família ficou "perplexa" com os atos de Stephen. "Ele nunca sacou sua arma, não faz o menor sentido" disse. Ele contou que seu irmão tinha algumas pistolas, talvez um fuzil, "mas nenhuma arma automática". 

Segurança

Dois hotéis de Las Vegas passaram a usar detectores de metais para examinar as bagagens de alguns de seus hóspedes. No quarto de onde Paddock fez os disparos, no 32º andar do hotel Mandalay Bay, foram encontradas ao menos 23 armas. 

Os hotéis Wynn Las Vegas e Encore pertencem ao magnata Steven Wynn. Um porta voz informou que as checagens começaram a serem feitas na manhã de segunda-feira (2), quando a polícia ainda não sabia se havia outros atiradores envolvidos no ataque. 

Os hotéis já voltaram à prática original de apenas examinar bagagens de hóspedes quando acredita-se que "surge a necessidade", afirmou o porta-voz. 

Outros estabelecimentos próximos ao local do atentado também reforçaram seus procedimentos de segurança enquanto a cidade de Las Vegas tenta voltar à normalidade.

Trump

Após visitar a ilha de Porto Rico, que foi devastada pelo furacão Maria, o presidente americano Donald Trump viajará para Las Vegas. A chegada dele está prevista para esta quarta-feira (4). Trump se reunirá com policiais, socorristas e algumas das 527 pessoas que ficaram feridas no ataque. 

A visita foi anunciada na segunda-feira (2) em um pronunciamento do presidente sobre o tiroteio. Sem fazer qualquer menção à discussão sobre porte de armas, Trump pediu união ao país, classificou o ataque como um "ato de pura maldade" e prestou condolências às vítimas e às suas famílias, cuja dor "não podemos entender". 

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