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fogo na Amazônia
Imagem da Nasa captada nesta quinta-feira mostra focos de incêndio e fumaça em estados do Brasil, incluindo Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.| Foto: Nasa/AFP

Os incêndios florestais que consomem parte da Amazônia estão no centro das atenções mundiais nesta semana e provocaram críticas ao governo brasileiro. O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou o presidente Jair Bolsonaro de forma indireta no Twitter e pediu uma reunião de emergência do G7 sobre as queimadas na floresta. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também cobrou ações para combater os incêndios. "Em meio à crise climática mundial, não podemos nos permitir mais danos a uma grande fonte de oxigênio e biodiversidade. A Amazônia deve ser protegida", tuitou Guterres.

No começo do mês, Alemanha e Noruega suspenderam repasses de recursos para a proteção da Amazônia, alegando que o Brasil não está cumprindo o acordo de preservação da floresta.

As chamas arrasam também a flora e a fauna de países vizinhos da América do Sul. Bolívia, Paraguai e Peru também registraram incêndios florestais nas últimas semanas.

Mais de 700 mil hectares queimados na Bolívia

A Bolívia também enfrenta há dias intensos incêndios florestais. O país anunciou nesta quarta-feira (21) a criação de um gabinete de emergência ambiental e a contratação um avião cisterna Boeing 747 Super Tanque para controlar os incêndios florestais que atingem o departamento de Santa Cruz há dias. Mais de 1.800 famílias e mais de 700 mil hectares de floresta foram afetados até o momento pelos incêndios na zona de Chiquitania, na região de Santa Cruz. Nesta quarta-feira três grandes focos se reativaram devido aos ventos. O Super Tanque, que tem capacidade de 75 mil litros água, chegará ao país na sexta-feira e começará os trabalho nesta zona. Em terra, mais 800 militares, policiais, agrônomos e veterinários se juntarão aos 1.200 que já estão trabalhando para conter o fogo. O governo boliviano também está se organizando para distribuir água para consumo humano nas regiões mais atingidas.

Para organizações ambientalistas, as causas dos desastres estão relacionadas à decisão do governo de ampliar a fronteira agrícola e pecuária, em aliança com os setores agropecuário, agroindustrial e de assentamentos relacionados ao partido do presidente Evo Morales. Segundo o site Infobae, nesta semana Morales defendeu as queimadas controladas por pequenos produtores. "Se não chaquean (queimam) do que vão viver?", perguntou.

Evo Morales está em campanha eleitoral e vem recebendo críticas da oposição por ter rejeitado ajuda internacional para controlar as chamas. O presidente boliviano disse à Folha de S. Paulo que "está havendo muita exploração midiática" sobre o fogo no país.

Fogo no Pantanal paraguaio

Em seis dias, incêndios florestais atingiram cerca de 25 mil hectares na zona do Pantanal paraguaio, na fronteira com a Bolívia, segundo informações da Secretaria de Emergência Nacional (SEN) do Paraguai. O fogo já foi controlado. Na reserva do Cerro Chovoreca, na região de Chaco, os danos do fogo atingiram 20 mil hectares de florestas e habitat de milhares de animais silvestres. O ministro do SEN, Joaquín Roa, pediu maior consciência às pessoas para evitar queimadas, em especial aos criadores de gado. O incêndio chegou próximo da maior reserva florestal do Paraguai, o parque Defensores del Chaco, mas não a atingiu devido ao trabalho de voluntários, segundo o ABC Color.

Incêndios provocados pelo homem no Peru

O Peru registrou 128 incêndios florestais desde o dia 27 de julho, a maioria provocada pelo homem, em várias regiões do país, informou o Instituto Nacional de Defesa Civil peruano, segundo a agência de notícias Efe. Todos os focos de incêndio foram controlados, segundo as autoridades do país.

O Serviço Nacional de Florestas e Fauna Silvestre do Peru (Serfor) disse que existem "focos de calor" no país, que são as queimas de pastagens naturais e de restos de caules e folhas secas após a colheita realizadas por agricultores. O Serfor esclareceu que o incêndio florestal é gerado "quando essas queimadas saem de controle e avançam em direção a florestas".

Além disso, a fumaça dos incêndios florestais que atingem a Amazônia no Brasil e na Bolívia chegou a algumas províncias do Peru, informou na quarta-feira o Centro de Operações de Emergência Regional do departamento de Madre de Dios. As autoridades disseram que a população percebia uma fina cortina de fumaça com um cheiro não muito forte.

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