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Especialistas em estratégia afastam qualquer teoria maniqueísta de mocinho e bandido e avaliam que Estados Unidos e Rússia agem com raciocínios equivalentes no jogo de conquista de territórios.

Cada um dos ex-protagonistas da Guerra Fria está cumprindo o seu papel dentro das políticas definidas no passado recente: os Estados Unidos com estratégias de prevenção contra qualquer esboço de ameaça; e a Rússia ampliando suas fronteiras, protegendo a capital com distância geográfica e com divisas que não são suas.

O membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp Geraldo Cavagnari contextualiza: a Rússia investe para voltar a ser uma superpotência – o que até é possível, em um futuro não muito remoto –, e os Estados Unidos usam seus recursos para garantir seus interesses. "Realmente não tem nada de diferente nas ações exercidas entre os dois países. Não há como ser politicamente correto nessa análise. Em qualquer conflito ou guerra há brutalidade, isso faz parte dos interesses nacionais, do jogo de ação e reação, da política e do poder na história dos impérios", avalia Cavagnari.

Essa teoria é corroborada pelo membro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres) Sérgio Augusto Zilio, que destaca semelhanças entre o raciocínio das duas nações. Segundo ele, ambas usam artifícios para manter conflitos distantes do próprio território: a Rússia monta um cordão de proteção formado por estados vizinhos, o que dá tempo de reação no caso de conflitos. Já os Estados Unidos tendem a levar os conflitos para fora. "Eles dizem ‘vamos brigar, mas não no nosso território. Vamos no México!’", ironiza.

Países-satélite

O estrategista do núcleo da Unicamp lembra ainda da importância geopolítica dos países-satélite das superpotências. Segundo Cavagnari, o Cáucaso tem importância estratégica para a Rússia assim como o México, as Antilhas e os demais países da América Central têm para os Estados Unidos. Ele lembra da relação entre Cuba e a América do Norte: "ninguém vai permitir que uma ameaça cresça colada ao seu muro, nem a Rússia, nem os Estados Unidos".

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