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Bonn – A Alemanha Oriental concentra a maior parte dos problemas sociais do país e também da insatisfação com os governantes. O desemprego, um problema em toda a Alemanha, é ainda mais grave na antiga área socialista, onde o índice de pessoas sem trabalho chega a 25% em alguns municípios. O desencanto com a falta de perspectivas de encontrar trabalho, já que a economia do Leste alemão é limitada, leva os jovens qualificados a migrar para o Oeste. Enquanto isso, quem fica corre o risco de depender de dinheiro do governo para viver.

A situação da Alemanha Oriental de hoje – que também é refletida em algumas regiões do Oeste – é reflexo de uma política de unificação bem-intencionada, mas deficiente. De acordo com o professor da Universidade de Kassel, Stefan Beck, o investimento inicial no Leste criou um bolha de crescimento, que durou até meados dos anos 90, mas depois murchou.

Segundo ele, apesar dos investimentos de quase 1 trilhão de euros em infra-estrutura – estradas e linhas férreas foram construídas, aeroportos renovados e cidades revitalizada –, o processo de integração econômica foi mal conduzido: muitas indústrias da era comunista foram fechadas, o que reduziu drasticamente os postos de trabalho disponíveis. Além disso, os empresários do Leste que se mantiveram no mercado não tiveram chances para andar sozinhos.

Para o professor, a concessão de empréstimos às fábricas da Alemanha Oriental não foi facilitada, o que diminuiu a competitividade da economia da região. "A Alemanha Oriental teve naturalmente de comprar produtos do Oeste, que lucrou com essa relação e não tinha interesse no desenvolvimento do Leste", ressalta Beck. Como as condições para o crescimento das empresas do Oriente não foram proporcionadas, a maioria dos negócios do Leste não floresceu: permaneceram empresas locais, de pequeno porte e sem chances de concorrer no mercado internacional.

É preciso, de acordo com Beck, deixar a Alemanha Oriental andar com as próprias pernas. Ele ressalta que mais transferência de dinheiro não vai resolver o problema da região. O processo de ajuda ao Leste precisa ser mais econômico e menos social. Neste sentido, a abertura de mais linhas de crédito para a região é essencial. Falar em igualdade entre as Alemanhas atualmente é utopia: "Esse objetivo parece ter ficado para trás", afirma o professor. (FS)

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