“Não haverá uma invasão dos EUA”

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Berlim – Na opinião do analista Rolf Tophoven, diretor do Instituto de Pesquisa de Segurança de Terrorismo de Essen, na Alemanha, o regime do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sairá bastante enfraquecido da disputa com a comunidade internacional. "O grau de insatisfação com o regime já é muito maior do que julga o Ocidente", disse ele ontem em entrevista à Agência Globo. Tophoven não acredita na possibilidade de uma invasão americana ao país.

O regime iraniano ignorou as exigências da ONU e continua com o seu programa nuclear. Isso lembra um pouco a discussão sobre o Iraque em 2002. O senhor vê o perigo de uma nova guerra?

Rolf Tophoven – Não haverá no caso atual uma escalada como ocorreu com o Iraque. O que deverá crescer é a guerra psicológica, a guerra verbal, que é importante porque é um meio de pressão contra o regime de Teerã. Mas do ponto de vista dos americanos, a guerra também só pode ser verbal porque o presidente George W. Bush não tem mais o poder de iniciar uma nova guerra, como tinha na época da guerra do Iraque. Hoje ele está bastante desgastado e não teria de forma alguma o apoio do Congresso.

O senhor acha que as sanções internacionais ajudam a pressionar o regime em relação ao programa nuclear ou apenas causam sofrimento à população iraniana?

As sanções e toda a pressão internacional têm um efeito bastante importante. O regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad sairá bastante enfraquecido da atual disputa com a comunidade internacional. Talvez isso custe a ele o poder. O grau de insatisfação com o regime já é muito maior do que julga o Ocidente.

Há a possibilidade de democratização do Irã?

A possibilidade de democratização no sentido que conhecemos de democracia no Ocidente é remota, mas como o regime sai desgastado, a pressão popular sobre ele aumenta. Outra possibilidade é que o regime desista da sua política dura, com medo de uma nova revolução, e comece a abrir o país para mais democracia.