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Suspeito de pertencer a Al-Qaeda, o sírio Ali al-Shaaban, de 32 anos, passou os últimos 12 anos preso no Centro de Detenção da Baía de Guantánamo, tendo experiências bastante diferentes do afeto que recebeu dos uruguaios que agora lhe oferecem abraços, e lhe dão acenos, acompanhados de palavras de encorajamento quando ele caminha pelas ruas da capital.

"Estamos muito felizes de estar aqui. Desejo viver uma vida normal no Uruguai, e voltar a estudar", conta o sírio.

"Somos muito agradecidos ao presidente Mujica pelo que fez, e não queremos decepcioná-lo", afirmou Shabaan.

Shaaban é um dos seis prisioneiros de Guantánamo transferidos para o Uruguai no que Mujica chamou de "um gesto humanitário".

Juntamente com Shaaban, outros três sírios — além de um palestino e um tunisiano — detidos, porém nunca condenados, foram recebidos por Mujica e membros do governo uruguaio, e receberam ternos novos e trajes de banho.

No Uruguai, muitos atribuem a decisão de Mujica de receber os prisioneiros aos 13 anos que passou preso — dois deles em isolamento absoluto — pela ditadura militar uruguaia por fazer parte do grupo armado Tupamaros.

"É uma situação muito traumática. Vivemos situações parecidas", afirmou Mujica.

A advogada Cori Crider, que representa Abu Wa’el Dhiab, um dos transferidos de Guantánamo, afirmou que o sírio, que realizou greve de fome na prisão em Cuba, chegou extremamente debilitado ao Uruguai, numa cadeira de rodas.

Algemas

"Ao receber os detentos, as autoridades uruguaias exigiram que as algemas fossem retiradas antes mesmos que eles deixassem o avião, para que dessem seus primeiros passos em solo uruguaio como homens livres", afirmou Michael Mone, advogado que negociou a transferência de Ali al-Shaaban.

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