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O premier Ehud Olmert concede entrevista coletiva em Jerusalem | Ronen Zvulun / Reuters
O premier Ehud Olmert concede entrevista coletiva em Jerusalem| Foto: Ronen Zvulun / Reuters

Veja que fracassam negociações para libertação de soldado israelense

Israel prometeu nesta terça-feira (17) manter seu bloqueio à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, até que o grupo militante islâmico concorde em libertar um soldado israelense capturado em negociações paralisadas mediadas pelo Egito.

As conversas chegaram a um impasse após a recusa de Israel em libertar todos os 450 prisioneiros palestinos, o que foi exigido pelo Hamas em troca do soldado Gilad Shalit, capturado por militantes palestinos em invasão a Israel em 2006.

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, de saída, concordou em libertar mais de 320 dos 450 prisioneiros listados pelo Hamas, disseram fontes políticas israelenses.

Mas Olmert se recusou a libertar os responsáveis pelos ataques a bomba contra ônibus e restaurantes que mataram dezenas de israelenses desde o início da intifada, em 2000, disseram as fontes sob condição de anonimato.

"As exigências do Hamas atingiram proporções que no nosso entendimento nenhum governo israelense pode aceitar", disse a repórteres o ministro da Justiça israelense, Daniel Friedman, após encontro de Olmert com membros de seu gabinete a portas fechadas.

Israel e o Hamas deixaram aberta a porta para reiniciar as negociações.

Mas ministros israelenses e autoridades diminuíram as chances de um acordo antes de Olmert passar o cargo para o direitista Benjamin Netanyahu.

Netanyahu, que defende uma política mais dura contra o Hamas, tem até o dia 3 de abril para formar um governo após as eleições parlamentares em Israel no mês passado.

Olmert fez da libertação de Shalit uma pré-condição para um acordo com o Hamas e a abertura das fronteiras do território palestino para a ajuda de reconstrução após a ofensiva militar israelense no início deste ano.

"As fronteiras...estão operando no mínimo para evitar uma crise humanitária em Gaza", disse uma fonte política israelense. "E elas (as fronteiras) seguirão desta maneira até que Shalit seja libertado".

Hamas critica

O líder do Hamas no Líbano, Osama Hamdan, criticou o fato de Israel sempre recuar quando há uma proposta sobre a mesa de negociações.

Em conversa por telefone com a Agência Efe, Hamdan disse que, cada vez que Israel propõe algo, "depois sempre volta atrás".

Hamdan afirmou que as condições do Hamas para liberar Shalit "não mudaram". "São as mesmas desde o princípio, mas as de Israel mudam o tempo todo, e disso os mediadores egípcios sabem muito bem", acrescentou.

Na conversa com a agência Efe, o líder do Hamas não quis especificar o número exato de presos palestinos que seu grupo pediu para serem libertados. Mas declarou que eram mais de mil, entre mulheres, crianças, deputados e ex-ministros.

Além disso, Hamdan afirmou que seu grupo esperava que as negociações com Israel para essa troca teriam algum resultado, por isso achavam que dificilmente fracassariam.

Para o representante do movimento islâmico no Líbano, o culpado do fracasso das negociações é Olmert, já que agiu "como se quisesse deixar coisas (pendentes) para o governo do (primeiro-ministro eleito, Benjamin) Netanyahu".

Sobre o futuro Executivo israelense, de extrema-direita, Hamdan disse que é difícil ver algo positivo nele, "sobretudo porque tem uma postura negativa em relação ao Egito, à Arábia Saudita e ao povo palestino".

"Netanyahu quer tirar os palestinos de sua terra, a Palestina, e as coisas vão se complicar muito mais", previu.

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