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Moradores de Kafranbel, na província de Idlib, passam por mural do artista e ativista sírio Ahmad Jalal | Fadi Mashan/Reuters
Moradores de Kafranbel, na província de Idlib, passam por mural do artista e ativista sírio Ahmad Jalal| Foto: Fadi Mashan/Reuters

OPAQ pede que Assad acelere a entrega de armas

Agência Estado

A Organização para a Proi­­bição de Armas Químicas (OPAQ) pediu ontem à Síria que "acelere" o embarque de seus estoques desse tipo de armamento. O pedido foi feito depois de mais um prazo ter sido perdido.

"A necessidade de aceleração do processo é óbvia", declarou o diretor-geral da OPAQ, Ahmet Uzumcu, depois de uma reunião do conselho executivo da entidade.

Até agora, apenas dois pequenos embarques de elementos usados na produção de armas químicas foram realizados pelo porto de Latakia.

Os embarques representam menos de 4% dos mais perigosos agentes químicos declarados pela Síria, segundo o governo dos Estados Unidos.

A Síria argumenta que está empenhado esforços para "preparar e acelerar o transporte de agentes químicos, com o objetivo de concluir os embarques no prazo".

Segundo o ousado prazo estabelecido pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU, todo o arsenal químico sírio deve ser eliminado até 30 de junho.

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A primeira rodada de negociações da conferência sobre a Síria terminou ontem sem nenhum acordo cumprido e com fortes divergências entre as delegações da oposição e do regime do ditador Bashar al-Assad. O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, sugeriu a retomada do diálogo em 10 de fevereiro.

Nos oito dias de negociações, as duas partes concordaram em enviar ajuda humanitária e retirar mulheres e crianças da cidade de Homs, na região central do país, além de mostrarem o compromisso com o documento da primeira conferência de Genebra, em 2012, que prevê o fim da violência e a transição política.

As medidas, no entanto, enfrentam o impasse entre governo e rebeldes. O comboio de ajuda humanitária da ONU, que chegou ao território sírio na segunda-feira, continua esperando um acordo entre o Exército sírio e as milícias armadas para permitir o acesso seguro aos suprimentos, que ajudariam 2.500 pessoas.

No carregamento, estão alimentos, produtos de higiene, medicamentos e acessórios para enfrentar as baixas temperaturas do inverno. Os confrontos também limitaram a entrega de ajuda aos refugiados palestinos do campo de Yarmouk, perto de Damasco, cuja população sofre com a fome e a falta de remédios.

Outro ponto de discordância é a transição política. Ao terminar a conferência, o ministro sírio da Informação, Omram al-Zoubi, disse que Damasco não fará concessões à oposição, que deseja a saída de Assad. Diante do impasse, as delegações iniciaram o debate do documento de Genebra pelo fim da violência.

Lakhdar Brahimi reconheceu que o início do diálogo foi modesto e que a negociação será lenta, mas destacou um avanço. "O grande passo dado é que as delegações se acostumaram a se sentar na mesma sala, apresentaram suas posições e ouviram uma a outra. Inclusive houve momentos em que aceitaram a visão da outra parte".

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