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O chefe da missão precursora da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Tegucigalpa, Victor Rico, afirmou neste domingo (4) que há razões suficientes para avaliar com "otimismo" a possibilidade de um acordo que ponha fim crise em Honduras.

O acordo será negociado em reunião marcada para a próxima quarta-feira (7), com a presença de ministros de relações exteriores de países do continente.

"As conversas [nas últimas horas] foram interessantes. Vejo algo positivo para avaliar com razoável otimismo [a possibilidade de acordo]", disse Rico, antes de um encontro com diplomatas que também participam das negociações.

Rico admitiu que o principal entrave continua sendo a volta de Manuel Zelaya ao poder, já que o presidente de fato, Roberto Micheletti, ainda não aceitou essa condição. O retorno do presidente deposto é o principal artigo do Acordo de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias.

O representante da OEA, no entanto, informou que a comunidade internacional está disposta a aceitar "mudanças" em outras partes do acordo, que também trata de uma anistia aos crimes cometidos depois do golpe de 28 de junho e do impedimento para Zelaya convocar uma Assembléia Constituinte.

"Sem dúvida que se pode mudar o Acordo de San José, se os próprios hondurenhos dizem que podem modificá-lo. Isso é factível, até porque não tem nada escrito em pedra, escrito em bronze", afirmou o diplomata.

Os representantes da OEA reforçaram nos últimos dias a tese de que a solução para a crise deve partir dos hondurenhos e não da comunidade internacional, que estaria disposta "apenas" a auxiliar o diálogo no país.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, confirmou que participou de uma reunião secreta na última quarta-feira (30) com o presidente Roberto Micheletti, realizada numa base norte-americana em Honduras. Neste encontro, Micheletti teria confirmado que designou interlocutores formais para negociar com o grupo do presidente deposto.

Os ministros de Relações Exteriores que participam da negociação devem ficar por dois dias em Tegucigalpa. Rico reafirmou que o encontro está " princípio" confirmado, já que os ministros só virão caso haja realmente disposição para por fim crise, que já dura mais de três meses.

"Esperamos que a viagem tenha um resultado. Não tem sentido uma missão para que isso não ocorra", analisou.

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