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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nomeou nesta segunda-feira (31) o ex-comandante da Marinha Eli Sharvit como novo chefe do serviço de inteligência interna do país, o Shin Bet, sem esperar pela audiência de apelação da Suprema Corte contra a demissão de seu antecessor, Ronen Bar, marcada para 8 de abril.
"Após conduzir entrevistas aprofundadas com sete candidatos adequados, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu nomear o ex-comandante da Marinha israelense, o vice-almirante Eli Sharvit, como o próximo diretor do Shin Bet", disse o gabinete do premiê em um comunicado divulgado esta manhã.
De acordo com a nota, Sharvit serviu no Exército israelense por 36 anos, incluindo cinco anos como comandante da Marinha, onde conduziu "operações complexas contra o Hamas, o Hezbollah e o Irã".
No último dia 21 de março, Netanyahu demitiu Ronen Bar nas primeiras horas da manhã devido à "desconfiança" entre os dois, mas a decisão foi suspensa pelos tribunais até pelo menos 8 de abril, para que a Suprema Corte pudesse analisar o recurso apresentado pelos partidos de oposição (Yesh Atid, Israel Beitenu, Unidade Nacional e Democratas) e pelo Movimento por um Governo de Qualidade em Israel.
Este segundo grupo, em uma declaração divulgada nesta segunda-feira, criticou a decisão de Netanyahu, afirmando que o premiê "está se apressando para nomear um novo chefe do Shin Bet em meio à investigação do Catargate e ignorando o comitê consultivo para nomeações de alto nível".
"Nomear um novo chefe do Shin Bet enquanto uma ordem judicial suspendendo o mandato de (Ronen) Bar está em vigor viola o processo legal em andamento. Também é importante notar que, de acordo com uma decisão do governo, a nomeação do chefe do Shin Bet requer consulta ao comitê consultivo para nomeações de alto nível. Esperamos que todos os procedimentos sejam realizados de acordo com a lei", declarou o Movimento por um Governo de Qualidade em Israel.
Embora a Lei Geral do Serviço de Segurança de Israel de 2002 estipule que o chefe do Shin Bet seja nomeado pelo governo mediante indicação do primeiro-ministro, há restrições, como fornecer uma base factual apropriada para uma demissão antes do final de um mandato de cinco anos, garantir que não haja conflito de interesses entre as partes e assegurar que o chefe do Shin Bet possa responder a acusações contra ele.
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Conteúdo editado por: Isabella de Paula