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Jean Hediger usa drone em sua fazenda | Michael Ciaglo/The New York Times
Jean Hediger usa drone em sua fazenda| Foto: Michael Ciaglo/The New York Times

Quando o sol desponta sobre os campos de cereais orgânicos nessa área verde do estado, em algumas manhãs, um ponto escuro também aparece no céu, e um forte zumbido corre pelo cenário pastoril.

É um drone, e seu piloto é uma fazendeira chamada Jean Hediger, uma de um número crescente de agricultores americanos que começaram a usar as aeronaves não tripuladas — mais conhecidas por seu uso na guerra, longe de campos de trigo do leste do Colorado — para coletar informações sobre a saúde das suas plantações.

Ao fazer isso, esses agricultores estão infringindo a lei. É ilegal pilotar drones com fins comerciais sem a permissão federal e quem faz isso se arrisca a receber multas de milhares de dólares. Mas a tecnologia é tão promissora que os agricultores a usam mesmo assim, pontilhando o céu rural com os dispositivos que portam pequenas câmeras de vídeo.

“Isso realmente se tornou um bom negócio para a agricultura”, disse Jean, que está com 60 e poucos anos.

“Nossa intenção é boa. Nos proibir de usar drones sobre nossos campos é o mesmo que querer que permaneçamos na idade das trevas”, acrescentou.

Jimmy Underhill, especialista da Agribotix.
Michael Ciaglo
The New York Times

Em breve, no entanto, os agricultores poderão voar seus drones abertamente.

Em fevereiro, a Administração Federal da Aviação propôs novas regras que permitiriam o uso do pequeno avião não pilotado com finalidades comerciais. Se as normas forem aprovadas, haverá implicações em todo o país: drones poderiam ser usados por trabalhadores da construção civil, bombeiros, cineastas e outros.

Mas poucos estão tão animados com essa tecnologia quanto os agricultores.

Jean estima que o dispositivo iria poupar-lhe dezenas de milhares de dólares nos próximos anos, pois ela seria capaz de identificar quais partes do seus campos precisam de fertilizante, água, herbicida ou sementes.

A Associação Internacional de Sistemas de Veículos não Tripulados, um grupo da indústria, disse que espera que a agricultura seja responsável por 80 por cento do mercado de aeronaves não tripuladas depois que o voo comercial for permitido.

“É inestimável”, disse Corey Jacobs, que planta milho e vive no interior de Indiana. Jacobs, 28 anos, costumava detectar ervas daninhas ou danos causados pelo clima ao caminhar por quilômetros através de sua plantação. Agora, ele simplesmente usa o drone.

Ele construiu seu primeiro avião não tripulado em 2013 e rapidamente viu uma oportunidade de negócio. Hoje, é o fundador e único funcionário da Extreme UAS, que vende drones para outros fazendeiros. Quando ele não está em seu trator, está no Twitter, à procura de novos clientes.

A Agribotix, em Boulder, Colorado, já vendeu cerca de 100 drones para fazendeiros e consultores — pessoas que viajam de fazenda em fazenda e utilizam os drones para os agricultores.

Mas ainda existem as preocupações sobre o excesso de tráfego no céu.

Andrew D. Moore, diretor-executivo da Associação Nacional de Aviação Agrícola, que representa os pilotos que voam sobre fazendas espalhando sementes e outros produtos, disse que está preocupado com os aviões colidindo com os drones.

“Pode ser fatal”, ele disse.

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