• Carregando...
Barras de ferramentas do Photoshop 1 ao Photoshop CC e à direita, a novíssima versão do Photoshop | /
Barras de ferramentas do Photoshop 1 ao Photoshop CC e à direita, a novíssima versão do Photoshop| Foto: /

O Photoshop da Adobe acaba de completar 25 anos. O programa de edição de imagens, criado quando ainda se usava filme para fazer fotos e papel para a sua revelação, não só sobreviveu como prosperou a cada transição tecnológica que se deu desde então: a expansão da Internet, o declínio das fotos impressas, a ascensão e queda da impressão caseira e a supernova da fotografia digital.

Ao longo do percurso, manteve aquele status raro do produto que se transforma em verbo, como Google e Xerox — mas agora, apesar de toda o seu peso cultural, está arriscado a perder uma fatia muito maior de viciados em fotos e seus smartphones. Teve uma época em que, para o bem e para o mal, todo mundo usava o recurso; agora, a maioria usa o Instagram ou o Snapchat e todo mundo virou editor de fotografia — mas nem todos querem ou precisam de um programa tão complexo.

Assim, a Adobe resolveu assumir um grande risco para reinventá-lo e, como a empresa espera, torná-lo menos dependente das vendas a um pequeno grupo de profissionais. Se a decisão radical der certo, pode servir de referência para outras companhias, principalmente a Microsoft, que está arriscada a perder mercado para outros desenvolvedores mais ágeis. E também sugere um caminho para o software de dispositivos móveis que, com o passar dos anos, cresceu conforme os computadores foram ficando mais poderosos: o negócio é dividir em categorias, diminuir o preço para atrair um público bem maior.

Ou, no mínimo, garantir que sua clientela atual não o abandone.

Na verdade, o novo plano da Adobe para o Photoshop começou a ganhar contornos em 2011: em vez de vender cópias do programa e outros aplicativos criativos caros por centenas de dólares (uma cópia saía por US$700 para venda), a empresa começou a oferecer acesso ilimitado a US$10/mês.

A princípio, a mudança de preço foi recebida com fúrias pelos puristas, que não gostaram da ideia de assinar em vez de comprar e, uma vez que o sistema gera lucros só com o tempo, acabou também afetando os balanços da companhia: sua renda líquida anual despencou 65 por cento em 2013, além dos treze por cento do ano passado.

A empresa, entretanto, vê a queda como um ônus temporário para um plano a longo prazo. Ao baixar o preço do Photoshop, ela espera democratizar o acesso e conquistar novos clientes que basicamente não teriam condições de arcar com um software de US$700.

A aposta parece promissora: a Adobe já tem 3,5 milhões de assinantes do conjunto de aplicativos Creative Cloud (que inclui o Photoshop) e espera chegar a seis milhões até o fim do ano. A renda gerada por eles deve chegar perto dos US$3 bilhões e tem tudo para bater o recorde de US$3,4 bilhões que a Adobe conseguiu vendendo programas em 2011.

É claro que há riscos. Os programas de edição de fotos mais acessíveis estão se tornando populares com uma rapidez assustadora e talvez prove que a Adobe não esteja reagindo com a rapidez necessária.

E quando se quer conquistar uma nova fatia do mercado pode-se ofender os clientes antigos, que deram apoio à marca durante décadas. Será que eles vão encontrar uma alternativa exclusiva à altura se o Photoshop começar a se popularizar demais?

Ainda assim, a empresa faz planos para o futuro. Pretende dividir o Photoshop em vários aplicativos diferentes – alguns dos quais ela mesma produzirá; outros, serão desenvolvidos por empresas terceirizadas que terão acesso aos seus sistemas de processamento de imagens on-line. Segundo David Wadhwani, executivo responsável pelo software, o objetivo é permitir que o público de dezenas de milhões de pessoas que se beneficiam com a tecnologia do Photoshop hoje se multiplique ao longo dos anos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]