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Na semana passada, tive alguns minutos de sobra. Então, em vez de gastá-los no Facebook, ganhei um dinheirinho.

Instalei um aplicativo chamado Spare5 no meu iPhone e, momentos depois, estava usando-o para descrever sapatos femininos para a loja on-line Zulily. Depois de 12 minutos rotulando fotos com palavras como "sandália" e "rasteira", preparei-me para ver quanto ganhei. Foram US$ 0,26.Empresas virtuais já tinham descoberto maneiras de ajudar as pessoas a ganhar dinheiro compartilhando carros ou alugando apartamentos. Agora elas querem monetizar o tempo livre, os breves interlúdios na vida cotidiana quando estamos sentados em uma sala de espera ou no ônibus.

A primeira geração de empresas desse campo —TaskRabbit, Lyft, Airbnb e Fiverr— transformou as pessoas em microempresárias, dando-lhes a possibilidade de lucrar com suas capacidades e propriedades.

Já o app Spare5 as transforma em nanoempresárias. Ele não substitui um emprego, mas os minutos gastos no Candy Crush e no Facebook.

"Quando estamos no elevador ou temos alguns minutos livres, automaticamente pegamos nossos telefones", disse Matt Bencke, executivo-chefe da Spare5. A ideia por trás do app é usar esse tempo de maneira mais produtiva.Os clientes corporativos da Spare5 utilizam as massas para ajudar em um problema para o qual não há hoje boa solução: descrever grandes bibliotecas de fotos para que seja mais fácil descobri-las em buscas na internet.

A Getty Images, uma grande distribuidora de fotos, iniciou um projeto com o Spare5 para melhorar a qualidade dos metadados de suas fotografias, para que as imagens mais relevantes apareçam primeiro nas buscas dos clientes.A outra opção para empresas como a Getty é terceirizar o rotulamento de imagens em países de baixos salários, como a Índia.

Steve Heck, da Getty, disse que é um desafio treinar pessoal terceirizado para realizar bem o serviço. Uma característica positiva da Spare5, disse ele, é que a empresa vai usar pessoas qualificadas para rotular suas imagens.

Cerca de 12 mil pessoas baixaram o app, um quarto das quais o usam ativamente, segundo a Spare5.

Uma delas é Courtney Dale, 25, desenhista em uma empresa de arquitetura da Louisiana, que ganhou cerca de US$ 250 em duas semanas usando o app de duas a três horas por dia. "Ele o faz pensar no que você faz quando está apenas sentada, sem fazer nada", disse.

Há algo preocupante, porém, na ideia de que o tempo livre e não remunerado é desperdiçado. Arun Sundararajan, da Universidade de Nova York, diz que serviços como o Spare5 podem ser úteis para pessoas que querem ter maior controle sobre quando e como trabalham, mesmo que seja para ganhar uma ninharia.

Mas ele disse que isso não pode ser levado longe demais. "O tempo livre é uma coisa boa. Você não quer passar cada minuto da vida ganhando dinheiro."

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