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Poltronas se movimentam conforme ação na tela em cinema de Los Angeles; redes tentam atrair público mais jovem | J. Emilio Flores para The New York Times
Poltronas se movimentam conforme ação na tela em cinema de Los Angeles; redes tentam atrair público mais jovem| Foto: J. Emilio Flores para The New York Times

Após terem experimentado a tecnologia 3D, sistemas de som mais potentes e até mesmo a venda de álcool para tentar atrair o público mais jovem, algumas redes de cinema nos Estados Unidos estão agora instalando assentos que balançam, máquinas que espalham aromas e telas de 270 graus.

Por US$ 8 a mais, uma sala da rede Regal em Los Angeles lança gotículas de água e aromas (como pólvora e borracha queimada) nos espectadores. Não consegue ficar duas horas longe do smartphone? Uma sala possui um sistema de mensagens instantâneas na tela —os comentários digitados aparecem ao lado da ação.

"Quando eu paro para pensar no que levará as pessoas a sair do sofá, pegar o carro e ir até um cinema, a resposta não está em telas do tamanho de selos postais e em poltronas velhas", disse Gerardo Lopez, executivo-chefe da AMC Entertainment, segunda maior rede de cinemas dos EUA. Se Lopez parece desanimado, é porque está. O faturamento das bilheterias na América do Norte caiu 4% neste ano em comparação ao mesmo período de 2013, segundo analistas, e o número de espectadores também diminuiu.

O declínio afeta as principais redes de cinema. O lucro da AMC e da Regal Entertainment, a maior rede americana, despencou mais de 50% nos primeiros nove meses deste ano em comparação ao mesmo período de 2013.

Mas o que realmente preocupa o setor são duas estatísticas divulgadas no primeiro semestre pela Motion Picture Association of America. No ano passado, nos EUA, o número de frequentadores assíduos de cinema na faixa de 18 a 24 anos caiu 17% em comparação ao ano anterior. Na faixa etária de 12 a 17 anos, a queda foi de 13%.

"A experiência de ir ao cinema está em desacordo com o resto de suas vidas", disse Ben Carlson, presidente da consultoria Fizziology, especializada em entretenimento e mídias sociais.

As redes de cinema parecem dispostas a tentar qualquer coisa. Em junho, a Regal começou a oferecer em Los Angeles um sistema chamado 4DX. Mais de cem assentos empinam e mergulham conforme a ação na tela. Rajadas de ar comprimido nos encostos de cabeça simulam a passagem de balas raspando. Há dois tipos de efeitos com água: a chuva, que cai do teto, e a névoa, que é esguichada do assento à frente do espectador.

Para muitos cinéfilos, trata-se de um sacrilégio. Mas o público-alvo —rapazes de 18 a 24 anos— parece se divertir. "É bem mais legal do que parece", disse David Ramirez, 25, ao deixar uma recente sessão 4DX.

O Cinemark, terceira maior rede dos EUA, tem feito experiências com uma tela que permite a visão em 270 graus.

Mas Timothy Warner, executivo-chefe da rede, disse que a empresa só irá até certo ponto. "Ao contrário de alguns outros", disse ele, "ainda achamos que a razão que leva as pessoas ao cinema é ver os filmes".

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