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Manifestação em Kitimat contra o oleoduto Northern Gateway. À dir., o terminal planejado ficaria perto do canal Douglas | Fotos: Julie Gordon/Reuters; acima, the new york times
Manifestação em Kitimat contra o oleoduto Northern Gateway. À dir., o terminal planejado ficaria perto do canal Douglas| Foto: Fotos: Julie Gordon/Reuters; acima, the new york times

O oleoduto Keystone XL da TransCanada, que cortaria os EUA, está envolvido em uma batalha regulatória e de controle ao sul da fronteira.

No entanto, empresas de petróleo canadenses estão propondo muitos oleodutos novos e extensos que ligariam os campos de areias betuminosas a novos mercados na China e no mundo inteiro.

Esses projetos, que serpenteariam para leste, oeste e sul, poderiam quebrar o monopólio virtual dos EUA nas exportações de petróleo canadense e fariam que a produção em areias oleaginosas aumentasse mais de 25% na próxima década, mesmo que o oleoduto Keystone não se concretize.

"A incerteza regulatória e as decisões políticas nos EUA só aumentaram a determinação canadense de exportar nosso petróleo para mercados globais", declarou Brian Ferguson, presidente da Cenovus Energy, uma das principais petroleiras do Canadá.

Há, porém, muitos obstáculos no caminho. A resistência é mais forte na Colúmbia Britânica, que as empresas petroleiras veem como a porta de entrada para mercados asiáticos em rápida expansão.

O oleoduto Northern Gateway é crucial, mas tem enfrentado enorme oposição de grupos aborígenes canadenses, que induziram a empresa Enbridge a fazer concessões importantes e até a lhes dar uma participação no projeto.

A empresa também enfrenta a oposição de Kitimat, cidade que abriga o terminal do Northern Gateway e que recentemente votou contra o projeto em um referendo de resultado não obrigatório.

Proposto pela TransCanada, o projeto Energy East, que reformaria um oleoduto para escoar 1,1 milhão de barris de petróleo por dia para refinarias em Quebec e na costa leste, é amplamente criticado por ambientalistas.

Segundo cientistas, abalos sísmicos e a construção de um terminal marítimo para exportação colocariam em risco a população das baleias-brancas no rio São Lourenço, que já está em declínio.

Grupos ambientalistas também apresentaram contestações legais ao processo simplificado de aprovação do oleoduto pelo governo, o qual eles afirmam ser favorável demais à indústria petroleira. Apesar disso, as perspectivas parecem ótimas para a maioria dos oleodutos canadenses propostos.

A Enbridge espera que seu Alberta Clipper, que já transporta 450 mil barris por dia para os EUA, possa conseguir sem muito problema a permissão americana para expandir a capacidade para 800 mil barris diários.

A Kinder Morgan pretende expandir a capacidade do oleoduto Trans Mountain, que vai de Alberta a Vancouver, de 300 mil para mais de 800 mil barris por dia.

E, apesar de protestos, especialistas em energia preveem que os governos provinciais e federais chegarão a um acordo satisfatório para a maioria das pessoas.

"Desde a década de 1950 já havia muitas propostas de grandes oleodutos em discussão", comentou Monica Gattinger, professora de políticas públicas na Universidade de Ottawa. "Sempre se discutiu por onde a energia vai fluir na América do Norte. Essa é a única dificuldade para liberar as reservas de energia canadenses para o mundo."

Alguns executivos de petroleiras canadenses, que estão perdendo a paciência com a administração Obama devido à demora de quase seis anos para tomar uma decisão sobre o Keystone, dizem que o atraso poderá acelerar a busca por alternativas no Canadá.

Entre os oleodutos propostos, um dos mais significativos é o gigantesco projeto Northern Gateway da Enbridge, que enviaria mais de 500 mil barris de petróleo por dia para a costa oeste, os quais seriam exportados por navios-tanques para mercados asiáticos, com destaque para a China.

Mas residentes da Colúmbia Britânica de todas as orientações políticas temem que as constantes viagens de navios-tanques no belo e acidentado litoral da província inevitavelmente levem a um enorme vazamento de petróleo.

Executivos de petroleiras canadenses dizem que precisam da maioria, senão de todos os oleodutos propostos, incluindo Keystone, para cumprir suas metas de produção para 2025, que exigem um aumento dos atuais 3,5 milhões de barris para 6 milhões de barris diários, assim como dobrar a extração de areias betuminosas.

Por via das dúvidas, a indústria planeja escoar mais 1 milhão de barris de petróleo por trens, embora os oleodutos sejam mais econômicos e confiáveis.

"Nossos futuros investimentos serão em oleodutos", afirmou John Rhind, vice-presidente de areias oleaginosas na Shell Canadá. "Nossa capacidade tem de aumentar, pois em longo prazo precisamos ter mais acesso aos mercados globais."

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