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O cantor OMI, que diz evitar rótulos para a sua música: “Não sou artista de dancehall, não sou artista de reggae” | Bryan Derballa /The New York Times
O cantor OMI, que diz evitar rótulos para a sua música: “Não sou artista de dancehall, não sou artista de reggae”| Foto: Bryan Derballa /The New York Times

Não chame OMI de artista de reggae.

Esse cantor jamaicano quase desconhecido, que atingiu o topo da parada de singles da “Billboard” em julho graças a um remix alemão da sua canção “Cheerleader”, lançada originalmente em 2012, sabe bem dos riscos de uma categorização estreita.

“Não sou um artista de dancehall nem de reggae”, disse OMI, 28, referindo-se aos dois gêneros musicais mais conhecidos do seu país de origem. “Nunca escondi o fato de ser jamaicano. Nunca irei negar minhas raízes ou influências”, acrescentou.

OMI (pronuncia-se “ô-mi”), nascido Omar Samuel Pasley em Clarendon, no interior da Jamaica, aprendeu com a história.

Já faz quase uma década que um artista jamaicano não lidera a lista Billboard Hot 100 —o último foi Sean Paul, com “Temperature”, em 2006—, e mais tempo ainda desde que a indústria fonográfica americana deixou de encarar o reggae e o dancehall como forças comerciais dentro da categoria “música urbana”.

Frequentemente, a música dançante caribenha surge como uma paixão de verão —sucessos isolados de artistas geralmente anônimos que durante algum tempo bombam nos carros e lotam as playlists de churrascos, mas raramente resultam em carreiras sustentáveis nos EUA.

“Cheerleader (Felix Jaehn Remix)” é acima de tudo reconhecível —lidera as paradas mundiais do iTunes, Shazam e Spotify e tem mais de 230 milhões de visualizações no YouTube.

OMI não tem nenhum álbum em seu nome. Seu caminho até a fama dependeu inteiramente de uma única canção que foi parar na Europa antes de atingir os EUA, dando mais peso à classificação de gênero preferida por ele —world music.

O artista lançou em 2012 a versão original de “Cheerleader”, mais reggaeira, pelo selo independente Oufah, de Kingston, depois de ser descoberto pelo empresário de dancehall Clifton Dillon (conhecido como Specialist).

Acompanhada de um clipe de baixo orçamento —mas altamente conceitual— que foi gravado no Oregon, na primeira visita de OMI aos EUA, a música fez um sucesso modesto na Jamaica e emplacou no Havaí.

A faixa ganhou uma segunda vida ao ser descoberta por Patrick Moxey, presidente do selo de dance music Ultra Music, no qual a Sony Music tem participação societária. No início de 2014, a Ultra encomendou dois remixes, incluindo uma etérea versão house tropical a cargo do produtor alemão Felix Jaehn, 20. A versão fez sucesso na Suécia, na França e na Itália e recebeu um disco de platina no Reino Unido. O remix de “Cheerleader” ganhou um clipe mais caprichado, ambientado na praia, naturalmente.

OMI não nega o toque mágico dado por Jaehn —que, por exemplo, acelerou o ritmo, tornando a música mais dançante—, mas considera que sua canção “sempre foi boa”.

“Se não houvesse música, não haveria remix”, disse.

OMI também espera ter uma vida pós-“Cheerleader”, mas garante não estar impaciente para lançar seu novo single, previsto para este mês. Continuar aparecendo depois de um grande sucesso é algo que dependerá “98% de ‘business’, 2% de talento”, disse ele, citando Specialist, apontado como responsável por levar astros jamaicanos como Shabba Ranks para os EUA. “Precisa ser na hora certa.”

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